quarta-feira, 11 de setembro de 2024

E de mim, quem vai cuidar?

Eu olho pra ela e admito, gosto.

Não a temo, 

No colo dela encontro uma paz indescritível,

E na sua nostalgia mora meu prazer e poesia.

Eu venero essa solidão em que vivi.

Mas me pergunto, e de mim, quem vai cuidar?

Eu não falo das noites frias,

Das estrelas caem e eu não conseguindo segurar.

Eu não temo a velhice incapacitante limitando meu corpo solitário.

Eu não me arrependo dos amores que não deram certo.

E nem afasto os cuidados que tenho por quem precisa.

Mas nessa solidão que me habita,

De mim, quem vai cuidar?

Quem vai aceitar essa falta de espaço,

Esse jeito ermita de ser.

Quem vai amar a solidão que afaga meu rosto

E afasta qualquer pessoa.

Eu aprendi a ser só, e gostei.

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