quarta-feira, 27 de abril de 2011

com versos, com poesia...

às vezes a poesia tem gestos,
às vezes ela tem palavras,
e às vezes ela tem pessoas...

eu te quis menino poesia,
te quis perdido em mim,
no que é meu, nas coisas que te dei...

gosto da tua sensibilidade quase carente,
da pureza que te faz sóbrio,
do medo de ser piegas...

gosto do sentir por você,
gosto desse gosto que tua poesia deixa,
gosto desse deixar que acaba...

gosto das frases que te gritam,
e você com receio em não agradar o que gosta,
pede desculpa...

gosto de você pedindo,
e gosto mais ainda de você dando,
gosto de você menino poesia...

gosto da tua necessidade de cuidado,
e do teu cuidar,
você é porto seguro,
e um dia vai entender que pedir colo é dar segurança também...

gosto do teu lugar em mim poesia,
gosto de você solto em meus pensamentos
e porque não gostar menino?

quero teu colo poesia,
te quero por inteiro, sem querer ser meu,
sendo teu e gostando tanto do que tem que me oferecerá um pedaço...

te quero além das noites poesia,
te quero além dessas linhas,
e quero carne.

deixe doer,
e deixe parar de doer,
e deixe ser vastidão de silêncio,
deixe de ser meu,
me deixe,
vá embora,
e depois volte,
deixe de ser teu,
mas nunca deixe de ser poesia.


terça-feira, 26 de abril de 2011

todos os dias perco um pouco de mim,
perco um pouco mais de mim,
perco o que sou,
o que estou,
perco quem fiz de mim...

todas as noites perco um pouco de mim,
perco um pouco mais de mim,
perco o que sou,
o que estou,
perco quem fiz de mim...

perco coisas que não quero mais encontrar...

domingo, 24 de abril de 2011

Dança de ritual...

Quando ela dançava,

Evocava deuses que eram só seus...

Distribuia bebidas,

E fazia da festa um ritual...

Ela sabia como ser divina no profano,

Sabia do profano o que se deve saber,

Como se deve saber...

Ela sabia servir,

Ela ser, e vir...

sábado, 23 de abril de 2011

...

hoje tive ódio de mim,
acordei inquieto, com vontade de você...
te procurei pelo que sobrou de mim,
pela raiva que me consome,
tentei te achar em meio a esse desespero que me jogou...

hoje teu cheiro ausente me incomodou,
e meus olhos perderam a referência sem você pra procurar,
estou chovendo por dentro,
e fazendo frio sem você...
estou sendo catástrofe em dia de sol.

e o que mais me mata não é a tua falta em mim,
o que me consome é falta,
é o desejo de ter,
de ser de alguém...
tenho asco a tua indiferença, a tua liberdade que abandona...

hoje to assim, sentindo as dores de um egoísmo que ensina,
e como diria o poeta "morrendo pra aprender a ser imortal..."
hoje to vazio de vontade, cheio de tudo...

terça-feira, 19 de abril de 2011

Fim do dia, começo de vida...

"Tirei os sapatos.
Sentei.
Recostei-me em respiração profunda.
Olhos fechados.
Pensamentos solto.
Corpo que acusa o tempo.
De repente: barulho.
Sorriso largo.

-Sim filho, o pai pode brincar agora... "

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Presentes do passado ou passados do presente...

Ele podia ter sido o primeiro, mas fez o único.
Foi descoberta e turbilhão de sentimentos;
Sonhos que privei da noite,
foi noites que doí em amanhecer...

Ele foi desejo que reprimi e que gritei!
Foi o brilho que meus olhos carregaram,
e a música que conheci, que aceitei.
Foi companhia certa,
foi graça que fiz,
presente que recebi...

Ele foi a voz que eu esperava ouvir,
a mão que nunca senti.
Foi o gozo da verdade que não sei se vivi,
foi confissões que fiz, que não soube esconder,
ele foi eu por inteiro,
foi o travesseiro,
a chuva, o vento...

E foi a lágrima...

Obsessão.

Paixão sem fim...

Foi o que o amor é pra mim...

Etéreo.

Ele foi tanta coisa, que de todas, mais me agrada é saber que foi meu,
e que foi livre...
Ele foi tanta coisa, que o que me move é saber que ele ainda é quem ele quer ser...
Ele é o som do meu coração,
é a promessa que vou cumprir...

Ele é distância que não afasta,
é descoberta.

E hoje não sei quem ele é,
mas nunca vou duvidar do que ele é...

sábado, 16 de abril de 2011

grande[mente] PEQUENO!!!

cansei do medíocre,
do grande.
cansei do inatingível.
por agora estou desejando coisas PEQUENAS:
ESTOU QUERENDO UM CANTINHO,
UM COLINHO QUENTINHO...
UM AMORZINHO,
ESTOU QUERENDO UM RESTINHO DE ATENÇÃO,
UM PEDACINHO DE CORAÇÃO...
ESTOU QUERENDO UMA PEQUENA TENTAÇÃO...

ESTOU ENTENDENDO O PEQUENO, e finalmente me libertando do grande comum.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

[cho]vendo coisas...

...sentiu cores novas e se entregou.
sentiu vento fresco e se abriu.
viu o desejo se anunciar e foi seu.
deitou-se no chão com respiração de querer,
foi passivo à situação.
molhado.
sentiu os pingos de entrega.
se entregou.
foi entregue.


era troca.


quando a vida foi maior,
o ato foi maior que algum nome podia limitar.
quando a força cresceu ele apenas aceitou se esperar...
teve prazer em sentir jorrar...
esperou o prazer do outro lhe satisfazer.
e ali, deitado na chuva, em sua plena companhia
soube amar o ato de chover....

domingo, 10 de abril de 2011

Crú e [dez]necessário...

Com 25 anos já troquei mais de 15 vezes de emprego. Desisti do magistério na metade. Troquei 4 vezes de curso de graduação, sem terminar nenhum até agora. Comprei meu atual corpo com uma redução de estômago. Mudei mais de 32 vezes de casa. Namorei com quem me deixou com mais chifres que cabelos na cabeça.
Errei a cada um dia dos meus atuais 9181 dias vividos. Fiz coisas erradas que julguei serem as mais belas do mundo, e vi belezas se acabando em casulos que não se romperam. Tive mais medo que sorte e menos verdades em assumi-los que coragem, eu sou assim: IMPERFEITO!
Eu quis por tudo fora, quis me desfazer de quem sou e de quem tenho de mim, mas acontece que sendo completo sou ruim, sou errado, e sou bom; Acontece que sendo eu, sou meu!
Gosto desse gosto de frustração que às vezes insiste em vir antes da sensação de dever cumprido, de alívio.
Gosto dos conselhos que segui, e amo os que nem ouvi. Tive trabalho em viver até aqui, e mais ainda em morrer até aqui; e em morrer nem sempre tive sucesso.

Esse sou eu, crú.
Sem cor, sem dor, sem amor, só os fatos; e querem saber por que? Porque essa imparcialidade que não sei ter da uma certa credibilidade que não quero ter, mas que por agora vai me ajudar a te fazer entender um anseio, uma advertência necessária para a vida de qualquer pessoa:


-NÃO FAÇA AS COISAS PERFEITAMENTE!!!

E quer saber por que? Porque perfeição é sinônimo de inexistente, quem fez perfeito nunca fez. Mas quem fez, viveu.
Estou cansado de esperar pelo tempo certo, pela hora exata, pelo sentimento que não machuca, EU QUERO VIVER! Quero amor eterno até que se feche a porta, quero doer se não der certo, quero entender e sentir que amanhã é hoje. Chega, não percamos nossas vidas esperando.
Precisamos andar...

terça-feira, 5 de abril de 2011

ser noites e dias...

e quando viu que a noite não era mais presença,
pensou em dormir,
em acordar acordos que não sabia fazer,
pensou em ser dia,
em ser chuva de verão,
pensou em todas as possibilidades do ser...
mas quando viu que a noite não era mais, apenas aceitou viver...