sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sonhando sonhar o sonho...

Num súbito assalto me beija afoitamente,
A sede do passado é castigo que carregamos,
As mãos mais uma vez com força ganham liberdade em tocar.
Meu corpo é complemento do seu calor,
eu sinto seu coração dentro de mim.
"Eu te amo"
Me pega com força e jorra dentro de mim o seu infinito.
Mais uma vez sou mansidão.
Cheio de ti.
Vira pro lado e acorda...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Mudanças

Os abraços estão diferentes,
e o calor agora não tem mais malícia...
No rosto o cuidado em não errar e deixar o desejo acertar o canto da boca.
Dos abraços, as mãos são serenas e cuidadosamente ingênuas.
Estamos amigos, mas até quando seremos amantes?
É doce o término quando o ombro que se chora é o mesmo que se afasta,
e a partida não tem gosto de despedida, mas cheiro de chegada,
a partida é começo que dói como o que nasce entre nós na cama,

A cama! Ah a cama, agora ela cheira a cuidado, apenas cuidado...

As fortes batidas agora são apertadas, de um coração parado.
Não julgo passado, não entendo o presente e nem espero pelo futuro,
eu não quis até doer de tanto querer...
Vou matar uma a umas as borboletas que depois de um tempo de descuido saíram de casulos abrigados pelo meu estômago.
Vou chorar baixinho, rir alto,
Voltar a ser meu, e não por nada fora.
Gosto do que guardo.

Ainda vou me procurar em teus sonhos,
e dormir soluçando por você.
Vou viver o tempo, e comer dele, o que ele me oferecer,
seja qual sabor for.
Vou andar por aí conversando comigo,
sendo meu amigo.
Mas te levando comigo, se quiser...

LUTO

Silêncio, vamos respeitar a memória daquele que esfria, branco e sem reação.
Olhos vidrados no passado,
lágrimas no presente,
incertezas no futuro...
Eu sou o meu luto e sou o que luto.
Sinto o cheiro de flores e velas...
Vejo luzes embriagadas,
Eu não sinto mais mãos quentes...
Vejo o que morreu, e como deve ser o imortalizo em boas lembranças.
Eu vejo esse que morre, e me mata saber disso.
Sinto a dor, e entendo a morte.
Não tenho medo ou respeito, apenas a reconheço com desprezo e distância.
Estou de luto e não sei até onde quero lutar.
Descobri no meu luto, que nem sempre preciso lutar.
Entendi que lutar no luto é não aceitar a dor que vai ser maior que qualquer vitória.
Mas luto meu luto.
Silenciosamente eu luto.

sábado, 27 de novembro de 2010

aprendi a voar, e não esqueci que o chão é amigo...

as coisas estão diferentes em estar tão iguais...
os abraços voltaram a ser apertados,
e como sempre, carregados de afeto...
os beijos se tornaram uma troca de preocupações,
e tudo está tão semelhante ao que se difere.

as noites abraçados agora têm outro cheiro,
mas os corpos burros de desejo e egoísmo ainda sã o os mesmos,
ainda não reconhecem o tempo,
ainda insistem em tornar incestuoso uma virtude que nem sabíamos ter.
tudo é tão diferente em se igualar agora...

nunca antes eu chovi tanto,
nem antes havia percebido de forma tão clara minha fraqueza
estou desarmado, quebrado.
eu sou dor que não quer curar sozinha,
sou medo que cresce, e pela primeira vez sei como é sentir a dois a solidão.

estou crescendo tanto que perdi meu lugar dentro de mim.
estou esperando tanto que tudo volte...
ainda preciso de asas e não vou esquecer jamais que "o chão é amigo..."

e se perguntarem: Ainda amo! E talvez ame mais que antes...
e se entenderem, me expliquem...
as coisas ainda estão iguais, mas doem tão diferentes...
e de tudo só tem uma coisa que não nos cabe: o fim.
estamos começando, igual, mais uma vez,
mas agora um compromisso diferente...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

...coxia

eu queria chover lá fora como chovo aqui dentro,
queria sentir derramar mais de mim,
há tempos parei de sentir água,
e comecei a ser pedra,
comecei a esquecer das coisas que fluem
e passei a forçar as que achava necessário.

eu queria ser fraco aqui fora,
assim como finjo ser forte lá dentro.
eu criei conceitos e teorias que não soube explicar,
que não consegui sustentar.
eu deixei de ser meu por mim.

eu queria jorrar mais.
queria pedaços meus pela casa,
eu preciso de fortaleza desfeita.
onde estão meus medos?
quero sentir verdades que escondi em mentiras protetoras.
eu quero um fim,
e quero também mais fogo nessa brasa que não se apagou.

eu queria ver as luzes ali na frente,
assim como não se apagam aqui dentro,
eu preciso ouvir mais mãos se juntando,
e saber da altura que um vôo pode ter,
saber do peso que um texto pode ser.
eu quero gritar e admitir,
por isso vou continuar a fingir e fugir.

cortejo sonhador...

eu seguia o cortejo...
era preto, era branco,
era canto e era reza.
com o velar nos passos,
com a noite entrando em dia,
com dias afogados em confusão de irreal.
não teve cheiro,
não teve carne.
era espírito livre,
bordados em cetim,
brilho fosco de entardecer.
eu cortejava perdido aquilo que ainda não achei.
eu era multidão de um,
era cortejo solitário,
era solidão acompanhada,
preso na liberdade de sonhar.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

...segredos de querer

eu queria ser faca e cortar o vento,
queria ser mestre e explicar o que as cores sutilmente escondem.
eu queria voar com asas vermelhas que não libertam além de um céu de flores,
andar descalço por um caminho de sapatos perdidos e achados de si.
eu queria escorregar por entre meus dedos,
dançar em cheiros de silêncio, em expectativas de festa.
eu queria esperar.
quando corro, não tenho a pretensão de alcançar,
e menos ainda a de chegar,
quando corro apenas quero ser vento.

eu queria ser luz que apaga,
ser mente que mente pra alegrar em lembranças que esqueci.
queria ser nota de violão choroso,
ser melodia de dança em pés cansados.
ser movimento que o vento esqueceu de mexer, esqueceu de fazer.
eu queria ser casulo irrompido,
casa abandonada em nome de liberdade que só as cores da luz conhece.
quando acordo não desejo fazer, o segredo é saber apreciar.

eu queria ser pedra que rola,
ser despenhadeiro que faz subir quando cai,
queria cores de vermelho terra pintados em som de calor.
eu desejei ser cortado por água,
me tornar caminho de lendas
abrigo de estrelas cansadas.
eu seria deserto a noite, e praia de manhã só para poder entardecer rio.
eu seria personagem de conto de fadas, que o livro não fechou.

eu desejei tanto,
sonhei tanto,
vi sons, ouvi cores, temei estações e passei por sentimentos...
e hoje sou o que nunca soube admitir que queria ser,
hoje sou mudança que gosta de andar,
mudança que sabe parar, que sabe continuar,
sou mudança que só faz uma coisa: MUDAR.
porque mudar faz aprender,
porque mudar não significa abrir mão do que é bom,
mas mudar significa valorizar o que não se quer deixar.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

desafios da noite...

a noite eu vejo ratos, eu sinto gatos,
todos arranhando dentro de mim
a noite eu vejo pó,
eu sinto a solidão prantear e gritar em meus olhos vermelhos.
me sinto só...
a noite eu digo coisas que não sinto,
eu nunca minto
e a noite eu vivo dias que as batalhas não venceram,
vivo momentos que não morreram
faço viagens que o dia esconde,
a noite é quando estou sóbrio,
quando me entrego ao opróbrio
e me sinto só mais um...
é quando sou um número que esqueci de contar...
quando esqueci de acordar...
quando escuro me faz ver.
é quando no silêncio alguém me chamar...
alguém me matar...

DECLARAÇÃO PROFANA!

"Respeito muito minhas lágrimas
Mas ainda mais minha risada
Inscrevo, assim, minhas palavras
Na voz de uma mulher sagrada
Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da manada
Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da man...
Ê, ê, ê, ê, ê,
Dona das divinas tetas
Derrama o leite bom na minha cara
E o leite mau na cara dos caretas..."







Respeitosamente, bem digo em ti profana de olhos e santa de beijos, os nomes e os desejos que meu alento não deixam fugir.
Em ti grito ô mulher de muitos amores, as dores que meu peito não deixa crescer por medo de morrer na humanidade que os teus olhos não sabem ver.
Deusa de sons e ruídos conhecidos, mulher de muitos maridos, mas fiel a um só amante: o tempo.
Dai-me tempo, dai-me vida que emana de ti ô minha vaca, minha profana.
Quando te cantaram, sabiam que um dia eu te roubaria; que contigo fugiria; que casaria e que depois festaria a tragédia que acordamos por estarmos sóbrios.
Sejamos sempre festa!
E que as dores mortas por nossas mentiras existam vivas em nossos destinos,
Sintamos nós minha entidade Larissa, minha epidemia maior, o amargo do mel e o doce do fel,que os outros não encontram por medo de esmiuçar o pequeno, e desespero em viver o grande.
Façamos nós amor em palavras ferinas que os olhos não sentem, que os corações não mentem; e bem sabes tu minha deusa entidade epidêmica bovinamente profana: EU TE AMO EM LETRAS MAIORES QUE A DE CAETANO, QUE ANTES TE CANTOU...
Te sentirei sempre como café, sempre sem açúcar, sempre errando em te beber por excesso, criando palpitações, tendo tonteiras lendo besteiras, acelerando o coração...
Preciso de ti no limite que desconheço e desprezo.
Te abuso com gosto e gozo, minha sempre café e deusa entidade epidêmica bovinamente profana Larissa...
Contigo guardo segredos escrachados, e músicas só nossas que alguém cantou, músicas que todos conhecem mas que em nós são segredos sentimentais...
São minhas as lágrimas que derramas e que te lavam alma; lágrimas que escondem um porque alheio.
E embora eu não admita, para ti meu mantra é : "Mostra, mostra, mostra as tuas tetas, deixa que eu veja as tuas tetas, não mostra para os caretas, mas se preciso for, careta também ser meu amor, então mostra, mostra..."
Te mostra Larissa, tu é grande demais pra pedir atenção!
Te faz mulher lagarta de casulo apertado.
Desabrocha em ti, sai desse vício de ser, e te torna aquilo nasce pra fazer: ser Larissa.
Te faz Larissa, degringola!
Minha sempre café e deusa entidade epidêmica bovinamente profana Larissa...

chegado...

chegou e me pegou como a um violão,
me pôs no colo e me passou a mão,
me fez cantar no tom exato,
me fez gemer no ato,
chegou e me fez beleza complemento,
me deu alento,
e comigo assoviou Caetano,
dedilhou notas surdas de músicas que não conhecia,
me fez cantiga,
despertou meninas,
me fez serenata,
me fez sentido o colo quente,
onde no peito batia um amor que nem sabia,
mas em mim também vivia.
chegou e me pegou,
me tocou,
me fez beleza e completei pequeno sua nobreza,
brilhei sua grandeza.
chegou e me fez violão,
me fez música e canção...

domingo, 31 de outubro de 2010

Por Ontem...

Sempre preferi as fugas às despedidas, parecem doer menos. Sempre optei por lançar fora tudo aquilo que tive medo de perder, mas às vezes despedidas são necessárias. Às vezes despedidas fazem um sangrar de coração necessário e libertam a alma...
Às vezes o tempo se encarrega de despedidas que não temos força ou vontade de fazermos, mas Às vezes ele (o tempo) aparece como um presente, uma chance e até mesmo uma necessidade de tentarmos mais uma vez esse sangrar necessário e libertador que é a despedida...



17/04/2010



Eu só preciso te deixar ir.
Te sentir partir de mim, quando a vontade é prender.
Preciso te ver livre pra lembrar de mim.
Preciso vagar em lugar nenhum,
e mais uma vez não ter ninguém pra precisar só de mim.

Eu quero você distante por agora,
Quero me sua distância me aproximando de mim.
Quero passos no chão,
Não vou mais voar com tuas asas.

Prefiro ser solidão sem dor.

Eu preciso de você longe de mim,
Preciso estar vazio para poder achar um lugar onde ficar
Preciso de mim plantação,
E saber que ainda tem o que crescer, o que querer;
Saber que ainda vai ter que morrer.

Preciso saber que sem você ainda vai ter alguma coisa.


...
































Despedidas feitas. E ainda e estou vivo;

sábado, 30 de outubro de 2010

Busca pés...

Cabeça baixa,
peso da fé,
e amar até o chão,
mesmo depois do não,
mesmo sem tua mão, teu pão,
amar mesmo sem ter teu coração.
Andar solitário por entre você,
estar em você e ser de você o bem querer
sonhar na rua,
viver na lua,
me fazer da tua carne nua e crua.
ver o sol que você deixar passar,
sentir o cheiro que você exalar,
exaltar e te ressaltar,
sonhar com nós dois em altar,
sonhar com você, em estar...
fazer carinho de mansinho,
ser seu "neguinho", seu pedacinho de céu,
te levar em mel, usar contigo um anel,
te buscar quando acordar
me arrastar, buscar teus pés
e te achar...

... sábado

É sábado de tarde, e a cidade vai com uma cor peculiar.
É sábado e a voz que canta é Bethânia.
Eu vejo cinza em dias como hoje.
Sinto cheiros de cítrico calor,
e o vento que espero faz frio e arrepio em corpo distante.
É sábado de tarde e a chuva vai começar....
vai lavar e levar coisas que eu esperei e detestei por tempos...
É sábado de tarde, e ainda não é tarde para ser sábado.

sábado, 23 de outubro de 2010

vontades

Brigamos.
Eu ouvi o que não queria,
disse o que não devia.
Chorei sozinho.
Chorei com amigos.
Chorei com o silêncio.
Meus olhos desviavam os seus.
Eu silenciei o choro e ouvi: Eu te amo!
Chorei agora com certezas...
Estamos bem.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Um ensaio sobre a cegueira, do perdão...

Amem, ou o odeiem; pouco me importa; nem eu sei ao certo o que sinto por Fabrício Carpinejar. Fato é que ele é inteligente e engraçado, com "sacadas" únicas que acabam fazendo coisas tolas serem motivo de grandes reflexões. Acabei ler de uma de suas tuítadas dizendo que não se ensaia o perdão, quero ir além...
Concordo com Carpinejar, no fato que perdão não pode ser algo ensaiado, que deve ser espontâneo, que não temos uma forma padrão de perdoar. Acho que perdoar é quase amar sem orgulho, é lançar mão de entendimentos e agir com sentimentos mais sublimes, não ver coisas que se mostram nítidas por vontade própria e mesmo assim não ser cego...
Perdão não é ensaiado, mas a menos que seja praticado diariamente não é perdão por inteiro. Eu não sei perdoar tudo, e nem tudo me agrada perdoar. Existem coisas / pessoas que não quero, não consigo e não vou perdoar; e ao contrário do que alguns possam pensar, tanto suporto essa verdade que até há admiro e faço por cultivá-la...
Perdoar é digno, enobrece a alma; mas não perdoar dá forças.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Inspiração

não sei o que exatamente acontece quando as palavras se escondem em inspirações inesperadas,
mas sei que é engraçado e agoniante saber do que falar e ver a criatividade calar.
eu ando em crise de verboragia, logo eu!
eu que sempre fui bom em enrolar, divagar, estragar de tanto falar...
logo eu que sempre tinha algo a dizer mesmo quando silêncio bastava.
irônia?! até podia, mas prefiro definir como agônia essas palavras que insistem em calar.
eu queia falar de Liana que é chá, de Larissa que é café,
queria perguntar onde está Andréa...
e contar dos voos que o menino passarinho anda dando...
eu queria pedir das pernas que me perdem, e queria contar das penas de Roque.
eu queria chorar em versos com Bethânia...
mas cadê?
cadê!
cada essa tal inspiração verborragica que embriaga a alma e solta os verbos?
cadê os sonhos que só as palavras podem sonhar?
cadê a eloquência que afogava o siliêncio em frases nem sempre bem ditas, em frases bem vividas...
cadê as poesias que faziam de mim um bobo em fim de festa?
cadê essa tal inspiração que sumiu e deu vazão a esse mar de vontade...


(-Ah que vontade de gritar palavras minhas, que o silêncio ainda não conhece...)


cadê minhas palavras que me traiam, e que tanto atraiam?
cadê?

domingo, 26 de setembro de 2010

Pra não dizer que não falei das flores...

Sentir cansaço, vontade de isolamento, asco a idiotice humana ou ao ponto que ela pode chegar, é normal às vezes; o que preocupa é a apatia e/ou ignorância eterna a tudo isso. Eu entendo e participo do sentimento de "deixa assim" que às vezes nos arrebata em relação aos aconteciemntos de forma geral ou específica, mas chega uma hora que o silêncio falará tanto por nós que precisamos nos representar, precisamos expor coisas que ferinas ou não são nossas, coisas que escondemos em sorrisos diplomatas e cordiais, então caros (as) leitores (as), vou me dar ao luxo da verborragia e destilar meus devaneios a respeito de alguns "acontecimentinhos" (estou avisando para que não precisem ler até o final... Acho que os escritores deveriam fazer isso sempre, sem pretenções ou prepotências...).



Primeiro, vou seguir as tendências e falar sobre a ultrapassagem dos mil acessos ao meu blog (zilhões de pessoas que têm blog fazem questão de postar agradecendo esse marco ou pousando de suspresos), a verdade é que não fez diferença nenhuma na minha vida, não criei um blog para ser aclamado pelas massas, ou para persuadir pessoas. Criei simum blog para gritar sentimentos que me prendiam em silêncio que mata, em silêncio que emburrece, criei um blog porque queria que as pessoas soubessem da minha vida sem ter que responder a perguntas, para expressas sentimentos que não sei demonstrar; criei esse blog porque gavetas não tem luz... Por isso e só por isso que o "tão fabuloso" número não me emocionou e nem foi digno de mais atenção por minha parte, do mesmo modo meus caros e minhas caras leitores (as) vou relembrar um segredinho, a cada vez que nós moderadores ou donos por assim dizer acessamos nossos blogs para postar algo ou a cada página que mudamos quando estamos nele soma como se fosse mais um acesso, então assim como eu não se impressionem com grandes números de acessos pelos blogs da vida...



Política! Eita coisa estranha... Eu AMO política, mas o fato é que os candidatos não tem ajudado muito o meu amor a continuar sendo "fogo que arde sem se ver"... Vou me abster de falar de candidatos bizarros, de rostinhos bonitos, de eleitos pelas lembranças e sobrenomes conhecidos. Prefiro lembrar aos que votaram nesses seja por protesto, seja por ignorância, que cada o povo tem o governo que merece... E espero profundamente que os políticos sérios que tenham se elegido façam por merecer seus votos e trabalhem com afinco, para essa palhaçada não virar um drama sem fim.



Minha mudança: Mudei tanto que continuo igual...



Atualmente junto com outros dois livros estou lendo A Peste (Camus), o livro é realmente bom, meio chato às vezes, preciso admitir, mas ainda assim um bom livro. Em uma das partes determinado personagem quando endagado sobre sua fé responde: "estudei tanto que não acredito em mais nada", não; au ainda não cheguei a tal ponto, mas anda sentindo falta de algo pra acreditar, algo para "fazer de conta". Viver só do real pode ser tão pouco poético...
Meu quarto de século... Então... Pois é né?!
Mudando de assunto...
(Mas fique claro: ainda penso que vou estar PERFEITO aos 35 anos...)



A Lola finalmente foi pra Alemanhã, finalmente por que a primeira vez que ouvi falar dela, foi quando em contaram que ela estava indo, mas vou confessar aqui por bem sei que ela nunca lê meu blog, JÁ TÔ COM SAUDADE, e isso que me beneficie com alguns livros e a vaca macho dela pelo tempó em que ela estiver na alemanhã, quer dizer, a vaca macho não vou mais devolver... Hehehehe

Pronto chega! Ou vou começar a falar dos meus sentimentos, e não gosto muito dessas frescuras... Digo humanidades... Ah, só mais uma coisinha, minha mãe disse que cheguei aos extremos do anti-social... Será?! (Mãe sempre sabe tudo, né!)

Ok. Aagora no final de todas essas conclusões inconclusas eu percebo que na verdade somos engolidos por uma cultura de desabafo, de exposição, de masturbação mental que nos faz sentirmos melhorzinhos ou inseridos quando nossas verdades estão expostas não necessessariamente a quem quiser saber delas, mas expostas a nós mesmo, quando nos tornamos nossos próprios alvos, e assim poderemos nos atacar e nos destruir para achar sentido no que construimos mesmo quando estamos cansados...
(Vou voltar a escrever agora!)

sábado, 28 de agosto de 2010

Eu admito, gosto de homens!

Gosto de homens!
Gosto daqueles tipo Chico, Caetano tipo Tarantino, homens como Érico, Vinicius, Fernando, aqueles que envelhecem com sabedoria e sabor agradável ao paladar de qualquer um. Gosto daqueles olhos que petram cuidadosamente sem pedir licença, gosto de vozes macias com força de trovão, de vozes doces como morangos pela manhã. Gosto de gestos confusos, de atitudes certas. Gosto de rugas historiadoras, daquelas que contam fabulas em sorrisos safados de meninos que o tempo esqueceu. Gosto de homens que não forçam, homens que nos fazem desejo, que nos dão o melhor presente: a imaginação.
Gosto de homens de cabelos brancos bem vividos, brancos bem tingidos de experiência que só a dúvida pode dar. Gosto desses homens de versos, em verso. Gosto de homens de poesia solta, homens de tarde sem tédio, de madrugadas quentes cheirando a doce. Gosto de homens que se permitem; homens que são tão homens em não se preocupar ser.
É, gosto realmente de homens.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

cuidado!

"... ele buscava reações além dos arrepios enquanto espalhava carinhos com as pontas dos dedos pelo meu corpo; ele corria os dedos suavemente sobre minha nudez na cama desmanchada pela noite.
era gentil sua forma de me arrancar do conforto das manhãs; era sutil sua forma de me ascender, de me fazer descer aos meus desejos reprimidos pelo sono remanescente.

-o que é isso? alergia?
sonolento eu reponderia qualquer coisa:
-sim, deve ser...
-mas ao que?

melhor calá-lo com um beijos, melhor tê-lo divagando em mim novamente...

e quando eu perceber que não é alergia, também percebo ele acordado me fazendo dormir.
percebo seu cuidado exacerbado, seu amor velando o sono que não passa, monitorando a temperatura, percebo também seu zelo e preocupação, e preciso sair pra dar espaço ao tamanho do seu coração...

-cuidado! não sei se seria bom estarmos tão juntos, você ainda pode se contagir. eu insisto.
ele me cala com um beijo, me abraça e tudo vai ficar bem..."

sábado, 14 de agosto de 2010

Vestido de frio...

"Eu gostava mesmo era dos dias frios. Gostava de quando ele descia sorrateiro da cama, em um gesto velado para que eu não acordasse e me deixava em meio ao calor do seu corpo ausente. Gostava da sensação de falta que o frio trazia lentamente entre as cobertas, quando a cama insistia em mostar que minha companhia agora era travesseiro. Gostava de fazer de conta que dormia e espiar ele andando a passos leves pelo quarto. Gostava da sutileza com que colocava os velhos chinelos de lã, da destreza com que procurava temporariamente calor em outro lugar; e com os pés escondidos do frio ele passeava pela casa, e na sua ausência eu apenas observava. Eu via seu corpo ouriçar-se aos poucos e via-lhe vestir o manto que o frio tece. Depois de alguns minutos, de algumas visitas, ao banheiro, a cozinha, ele voltava e com a mesma destreza e sutileza deitava ao meu lado ainda vestido de frio, me beija a testa, sussurava um "bom dia" e depois aos poucos ia se despindo de de frio e se ornando de calor que me envolvia, e assim começavam sempre os melhores dias..."

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

eu pequeno...

eu te prenderia se você não fosse tão frágil,
te daria vida em gestos que não são meus.
e em ti eu guardaria a luz do sol,
eu esconderia o brilho das estrelas que roubei nos seus olhos, caso não tivessem vida própria..
eu amaria os que te cercam, e lutaria contra os teus medos.
eu te soltaria ao vento se você soubesse voar sem volta,
e se você soubesse encontar o mar te lançaria as águas.
eu te plantaria, flor, se você não resplandecesse em vasos baratos de pouca água.
eu te seria escudo, broquel,
te seria guardião se você não ganhasse guerras com os olhos,
e te seria proteção se você não me fosse cavaleiro armado de empunhadura militar
eu te falaria em sons que não controlo se você não fosse minha música certa.
e do tempo te faria prisão se você não fosse livre em verbos, se você não areia que cai.
eu te seria servo,te seria rei, senhor, dono, se você não me dominasse.
eu te seria cama se não fosses aconchego meu.
eu seria, eu sou teu...

Às vezes...

Às vezes eu queria sentar, sentir e escrever,
E às vezes eu queria só apagar...
Às vezes eu queria dividir,
Sonhar verbos e acordes de cores que não sei criar.
Às vezes eu queria precisar, ter a noção exata do tamanho,
Ter a roupa certa, pra depois tirar.
Queria às vezes me atirar, mas sem ferir.
Às vezes queria chorar, doer de tanto rir e depois?
Depois não sei, estou falando em passado.
Estou falando de "às vezes..."
Mas também estou falando em estado de espírito,
De nascer do vento, de crescer com a lua e queimar com o sol.
Estou falando em santidade, em meias verdades,
Falando das virgens que me disseram não poder terem filhos.
Eu falo em estrada,
Em partida.
Falo de mudança.
Eu falo em dançar.
Eu falo em ficar e ouvir.
Eu me permitir...

Quase tudo...

Hoje tudo cantou,
O vento na minha rua fez música sombria e fria.
A flauta do sexto andar fez música dançar.
A chuva fez música para a alma lavar.
Às luzes na rua molhada fez música pingar...
Hoje quase tudo cantou, porque eu me dei ao prazer de silenciar e ouvir...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

CoN[vErSaNdo]...

Política, religião, economia e graças a Deus sexo! Sim, graças a Deus, porque os tempos mudaram e falar sobre tudo inclusive particularidades pessoais e alheias não só é aceitável e comum, mas também, de certa forma esperado por todos. Obviamente que não me faço de rogado e com todo o prazer que a fala me dá, usufruo dos assuntos que a banalidade me oferece.
Há algumas noites estava eu conversando com uma amiga quando o assunto em voga de repente se tornou o sexo, foi aí que ouvi a célebre frase que para ela, era no fundo quase uma filosofia de vida:

“-Sexo de manhã não, né Ton?! Sem condição...”
Na hora em meio a risos questionei:
“-Como assim? Mas e se você tiver tesão?”
“-Não Ton, de manhã não tem como dar tesão...”

Risos a parte, e sem saber se entendi; respeitei, afinal, cada um com suas particularidades...
O fato é que pra mim sexo não é ato cronológico.
Sexo pra mim é sentimento atemporal, é desejo de dois em um. Não sinto tesão necessariamente pela manhã, a tarde ou a noite; não sinto tesão de forma programada nos sábados ou vésperas de feriados. Sinto tesão enlouquecedora quando sinto o cheiro de quem me vê por inteiro, quando meus olhos encontrão razão para estarem azuis; sinto tesão quando sinto a língua que eu desejo percorrendo de forma marota minha nuca e morrendo molhada em mordidas na minha orelha, sinto tesão quando a doçura de um abraço apertado e sem espaço pela quantia de amor que carrega me faz entender que “fazer sexo” pode sim ser, o antes temido “fazer amor”. Sinto tesão quando aquele cheiro que me consola se mistura ao meu, quando o meu berço que é meu terço se faz viva, se faz vida em mim, sinto tesão quando a saudade me faz entender que o que procuro só está em um lugar, em uma pessoa, sinto tesão quando entendo uma única pessoa é a forma certa de encaixe que tenho. Sinto tesão quando de maneira sábia, sóbria e certa concluo que sexo com quem se namora é infindavelmente vezes melhor do que sexo casual, infinitamente vezes melhor que sexo por “simples” atração física. E quer saber?! Sexo casual ou pela “simples” atração física não é errado ou certo. Não cabe a mim julgar em outros os atos e fatos que já fiz (procuro não ter julgamentos, embora às vezes perseguido por eles, procuro sim ter conclusões, e essa é uma delas: sexo com quem namoramos é melhor!).
Resumindo: sexo é bom, eu gosto e é pessoal a dois. E assim como a política a economia e a religião hoje, graças a Deus, conversamos banalmente sobre eles, e por mais que sejam assuntos corriqueiros, sempre serão pessoais e nunca haverá padronização, certo ou errado sobre eles. Então fale, faça, mas por você, da forma que você acha certa.

DeGrInGoLaNdO...

Sem pretensão,
Sem atenção
Sem intenção.
Sem a pretensão de ter atenção aos que ela encanta pela intenção de não ser.

Cheia de cores,
Cheia de sons,
Cheia de risos.
Cheia de cores que os sons pintam em sorrisos que só ela sabe dar.

Sem coerência,
Sem paciência
Sem se importar.
Sem coerência ou paciência pra se importar por quem não faz seu mundo girar.

Cheia de garra,
Cheia de marra,
Cheia de tesão.
Cheia de garra e marra só pra dar mais tesão ao olhar.

Sem “dedos”,
Sem freios,
Sem meios.
Sem dedos e freios sem meios termos.

Cheia de vida
Sem ser despercebida
Cheia de força.

Sem silêncios
Cheia de prismas
Sem mentiras.

Cheia de muros
Sem barreiras,
Cheia de teias.

Sem saber,
Cheia de querer,
Sem vergonha!

Sem degringolar
Cheia de gringolices,
Ela é verbo,
Ela é Larissa.

CoM[eNdO]...

Quero tê-la,
Sentir seu cheiro,
Sentir suas dores e gozar de seus amores.
Quero andar em suas curvas,
Descobrir suas cores,
Quero lamber seu mel,
E me embriagar do seu fel
Eu a quero por completo,
Quero como amante,
Como mãe, mulher e irmã.
Quero como quem tem fome,
Quero sem nome, sem sobrenome,
Sem títulos, sem roupa
Te quero nua.
Crua.
Te quero casa,
Como quem mora na rua.
Te quero berço.
Eu quero como criança quer,
Sem pretensão,
Com intenção
Eu quero por vontade.
Te quero por necessidade.
Te quero cidade.

mUdAnçA...

Agora é fato.
Ato.
Consumado,
Consumido,
Sumido e invertido.

Agora é dia,
Nostalgia.
Melancolia,
Alegria,
É neoplasia e alegoria.

Agora é novo.
Ovo.
Movo,
Ando,
Descubro e cuido.

Agora é realização.
Inovação.
Manutenção,
Declaração,
Atuação e intuição.

Agora é paixão.
Troca,
Dor,
Amor,
Sentimentos e momentos.

Agora é Porto Alegre.

PrImEiRoS eNcOntRoS = PrImEiRaS cOnClUsÕeS...

Grata surpresa:
- O menino que voa também sabe sonhar.
E a peculiaridade agora está na doçura.
-É novo o doce.
E a vontade de não querer é o que faz desejar...
Necessária surpresa:
- O menino que dança com vento também domina o fogo.
E a sensatez é sonho acordado.

terça-feira, 6 de julho de 2010

TrAnSgLuTaMiNaÇãO...

Como começar?
Começar como se começa.
Com sedução,
Com junção,
Com troca,
Com dois ou mais,
Começar com os tais iguais,
Com os diferentes,
Atraentes por lei, química, física e matématica.
Começar atraente por poesia.
Por leite e mel...
Começar separado,
Embolado,
Começar com água.
Com mãos afoitas,
Sedentas por conhecer,
Por tecer.
Começar com movimentos únicos
Com idas e vindas que não têm pretenção de sair do lugar
Começar com idas, vindas e vidas nas mãos.
Dedos que dançam em braco que vai clarear.
Com mãos que vão acarinhar, bater, rasgar...
Com mãos que que não fazem mais do que força por amar.
E o impacto formará um.
Começar porque justifica o fim.
Começar com mãos porque logo o corpo estará em movimento.
Logo a dança será de alma.
E o branco será claro como dia que se fará em mim.
E o que antes era separado agora só se vê um.
Respiração ofegante!
Idas e vindas, e o mesmo lugar porque ninguém iria querer fugir daquele prazer.
Eu observo,
Eu absorvo,
Aprendo e sorvo olhares que me dão.
Olhares que são o fim desse destino de lugar marcado,
De chance escolhida.
"Tomai todos e comei...
Fazei isso em memória de mim!"
Comei!
Comei em memória de mim!
Porque o pão feito é ritual que grita sentimentos pra mim.
É sentimento em mim.
Movimentos que dito em mim...
Agora vou comprar flores,
Depois vou comer.
E só então saber.

domingo, 4 de julho de 2010

fAsE nOvA...

Fase nova.
Aprendendo o novo...
Andando por noites mais densas,
Por ruas com mais histórias,
Calçadas com menos glórias...
Fase nova.
Vivendo o novo...

Frenquentando lugares onde o chão é de sapatos e o ceu é de flores...
Voando por ares mais coloridos...
Escalndo tecidos,
Brincando com risos,
Fase nova,
Olhando o novo...
Chegando onde sei que é começo...
Chegando como sei que não vou ficar,
Com quem eu sei que vou levar...
Fase nova.
Sentindo o novo...
Endereço novo...
Berço novo...
Sopa nova...
Fase nova.
Eu novo,
Eu de novo,
Eu velho,
Eu saindo do ovo...
Fase nova, que bom!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

nAmOrO?

Está tarde e ainda é cedo.
É cedo, mas a vontade é maior que o tempo.
É tempo, mas podia ser martírio.
Podia ser perda,
Mas agora ainda é tempo
E depois quando for história, será glória.
Quando for pedido, será sim.
Eu não acho cedo,
Mas acho caminhos em curvas
Que a luz não vê
Que a noite não esconde,
Eu me acho em caminhos que gozo em caminhar.
Está tarde e talvez seja tarde para ser cedo.
Talvez seja apenas medo.
E ainda será tempo,
Então sim.

dOrMiR sEm VoCê...

Eu sinto seu cheiro pela casa.
E a sua falta preenche esse vazio,
Te procurar é em vão.
Você não está em outro lugar se não meus pensamentos,
Meu coração.
Sem você não tenho o sono de quem velar
E não tenho porque tentar dormir,
Mas me falta o encaixe certo,
O peso exato da perna
O braço que abraça,
A mão pra segurar,
Me falta o compasso da respiração
O ar quente
Me faltam os beijos,
As lambidas.
Me falta você.
Dormir sem você é em vão.

terça-feira, 15 de junho de 2010

pEdAçOs De Um GrAnDe VôO...

Eu quis voar,
"Pro alto, PRO ALTO!"
"Mais alto, BEM MAIS ALTO!"

Eu quis novos horizontes,
Quis novos sentimentos,
Velhas sensações.
Eu quis querer sem esconder...

Eu quis vento que corta,
Cores que dão luz,
Palavras que me calasse...
Quis medo que fugisse...
Segurança que só vôos altos podem dar...

Eu quis dançar com o ar,
E quis roubar o poeta que traduziu o que sinto:
"Para minha liberdade, bastam tuas asas..."
"Pro alto, MAIS ALTO CORAÇÃO!"
Eu tanto quis
Que de repente,você...

Eu quis ir além,
Quis ir mais alto,
Porque céu só é limite pra quem não tem motivos pra ir além,
Pra quem não tem companhia pra ir mais alto.
Então eu tanto quis que agora o tenho,
"E no mais, estou indo embora!!!"

dO tEmPo FuTuRo...

Um dia vou andar descalço,
E sentir o frio da noite cortar minhas certezas vãs.
Um dia vou ouvir o que disseram os que não sabiam como pedir.
E vou entender o que não posso mudar,
Um dia vou fingir estar fingindo.
E vou ser eu como sou no meu quarto,
Como sou no meu quinto, como sou por inteiro.
Um dia vou deixar amanhecer,
E não vou temer pelo que se perde com o sol.
E um dia vou viver sem pressa, sem espera.
Um dia vou só fazer o que quero
O que espero que você me faça,
Um dia vou ser traça, e não vou duvidar da massa,
E nem vou desistir de ser caça...
Um dia vou ser solto,
E vou rodar até ver mundo parar,
Um dia vou cair, mas eu já saberei como levantar.
Vou ser criança,
E vou saber como curar as feridas.
Um dia vou ver mais que a realidade,
E andar em destroços de castelos que construí pra caírem,
Um dia vou controlar e descontrolar meus sentimentos,
E vou aproveitar.
Vou distrair.
Um dia vou constranger os imorais
E cegar os visionários
Um dia eu vejo tudo acabar
E aí começo de novo, só pra variar.
Um dia você vai entender do tempo como eu,
E aí, quando tudo estiver acabando e você continuar andando,
Você vai saber que agora é a hora de viver,
E vai saber que um dia nunca vai chegar porque ele está passando.

mE bAtA fOrTe...

Me bata forte,
Me afaste do que for morte.
Deixe marcas,
Doa com vontade,
Dê vivacidade.
Me bata forte,
Bata pra aprender,
Pra parar de doer.
Me bata forte,
Bata pra ensinar,
Pra me deixar sem saber.
Me bata forte pra voltar a ter
Pra voltar a perder
Pra dominar e esquecer
Me bata forte pra deixar marcas,
Pra fazer prazer,
Bata pra sentir e insistir
Pra ser livre e desistir
Me bata forte pra voltar a viver.
Me bata forte porque tua função é bater,
Nunca apanhar.
Me bata forte porque apanhar de você me faz crescer,
Lembranças são histórias, e delas eu preciso.
Me bata forte coração,
Porque eu não quero vida pela metade,
Eu não quero migalhas.
Me bata forte porque eu quero verdade,
Não quero quase, nasci pra ser intensidade.
Me bata forte,
De você eu quero atitude, emoção,
Eu quero marcas
Me bata forte coração.
Me dê motivos.
Tua função é bater, é doer,
Minha função é aprender, é viver.
Então me bata forte coração...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

gRiToS dE siLêNcIo...

Às vezes eu quero gritar!
Gritar com todas as minhas forças,
Gritar barbaridades que não ouso pronunciar.
Às vezes eu quero gritar!
Gritar amores, dores e horrores que cultivo,
Gritar medos e anseios de coisas que nem sei.
Às vezes eu quero gritar!
Gritar verdades e intimidades que desprezo,
Gritar só pra sentir uma liberdade que acho que perdi sem ganhar.

Às vezes eu preciso gritar!
Gritar sacanagens que não fiz,
Gritar vontades que não tive.
Às vezes eu preciso gritar!
Gritar mentiras que não criei, fábulas que inventei,
Gritar finais que não quis viver, mas precisei.
Às vezes eu preciso gritar!
Gritar ventos que não prendi, gostos que não provo mais;
Gritar cheiro que a saudade ainda me faz sentir.

Às vezes eu tento gritar...
Gritar simplesmente por necessidade
Gritar pra me libertar.
Às vezes eu tento gritar...
Gritar por que falar dói,
Gritar porque preciso ser ouvido.
Às vezes eu tento gritar...
Gritar porque esse é o curso natural do tempo que não controlo,
Gritar porque não sei o que fazer.

Às vezes eu quero gritar porque não sei o que fazer.

Às vezes eu preciso gritar porque não há outra coisa a fazer.

Às vezes eu tento gritar, mas meu silêncio não deixa...

Às vezes eu grito pra saber que não estou mudo,
Às vezes eu só consigo gritar porque o silêncio vai me ensurdecer,
Às vezes eu grito pra ter certeza de que o mundo está surdo.

Às vezes eu só tento, quero, preciso, mas não consigo gritar...

eXpLiCaNdO...

Como diria o profeta há tempo para todas as coisas, e isso é fato.
Todo esse tempo em que eu fiquei sem postar qualquer coisa que fosse infelizmente não me foi um tempo de silêncio. Talvez porque o silêncio seja uma grandeza a qual não me satisfaça; talvez porque eu tenha muito a ser regurgitado em versos; talvez, porque minha maturidade me ensinou que ainda sou imaturo a ponto de gritar poesias e sentimentos mascarados em metáforas reveladoras; talvez porque simplesmente não era meu tempo de calar.
O fato é que esse foi tempo de falar de mim, para mim. Foi tempo de produzir e digerir coisas que eu não sei como deixo escapar, tempo em que nem tudo foi bom, mas eu aprendi. Tempo de ouvir a voz fraca da minha verdade sangrante. O fato é que algumas das minhas verdades continuarão escondidas em noites de segredos, em madrugadas de pensamentos pretensiosamente pequenos, enquanto outros são pensamentos pretensiosamente pequenos que nasceram de coisas que achei digno dividir, pensamentos e verdades que achei que seria prazeroso dividir, e é claro: surgiram pensamentos e verdades que eu acho que são necessárias de serem divididas.
Mas não se iludam. Não creio que alguém consiga identificar mudanças drásticas na minha forma de escrita, e da mesma forma não esperem mais verdade em minhas linhas tortas, é impossível ser mais verdadeiro do que já tenho sido em cada uma das minhas palavras, a verdade sempre foi uma arma da qual me vali, mesmo que ela, a verdade, estivesse escondida nas metáforas que gosto de ver sendo interpretadas.
Também não se decepcionem meus caros, eu vos darei meu maior aprendizado nesse tempo de falar ao meu próprio coração: eu dividirei minha sutileza e transparência comigo e minha permissividade em sentir, sem medo. Estou escrevendo pra mim, às vezes de mim, mas acima de tudo com a vontade de ser meu, de ser eu. E conforme eu já havia me prometido: se for pra amar que seja muito, e se depois for pra quebrar a cara e doer, que eu quebre muito a cara e que doa muito, mas que eu viva, que eu sinta, que eu me permita além de querer, além de sonhar, que eu me permita viver, e é isso que estarei dividindo nesse novo tempo, estarei pretensiosamente dividindo intensidade e verdade, e às vezes intensidade e verdade parecerão pequenas, e de fato realmente serão, mas ainda assim continuarão sendo intensidade e verdade.
Resumindo meus caros, aqui está a primeira divisão: a vida é simples! Então viva!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

aNdO...

Ando precisando calar a voz,
Cessar a insistência,
Ouvir e aprender com a desistência.
Ando meio estagnado em um ponto de partida que se partiu,
Que se quebrou, e que não bati, não derrubei.
Mas que ferido, abriu os olhos.
Ando parado em lugar de corrida.
Talvez eu tenha falado de mais, esperado de mais,
Me entregado de mais,
Ou talvez não.
Não fiz nada de mais!
Tenho certeza.
Fiz tudo na medida,
No tamanho e tempo exato da minha vez,
Da minha voz,
Da minha vida.
Fiz o que o sentimento que era meu compassou.
O que perdi: é ferida que me fará crescer.
O que ganhei: é troféu que escondo onde só eu entendo.
Não fiz por mim,
Não fiz por mal,
Fiz por amor,
Eu amo o amor, talvez, mais que o próprio amante.
Ando precisando tirar os óculos e ver melhor.
Ando precisando me desfazer de velhos novos hábitos que roubei por necessidade.
Ando precisando calar a voz e largar o verbo.
Estou precisando deixar coisas presas em mim
Liberdade de mais, é libertinagem.
E sozinho sou formação de quadrilha,
Sou inimigo constante.
Sozinho sou batalha sem fim.
Mas guerrear é preciso.
Preciso apanhar para aprender a bater.
Precisei confiar, pra saber desconfiar de mim.
E ando precisando precisar,
E quem sabe aprender a não ter.
Ando precisando aprender com a necessidade.
Ando precisando calar,
Prender o verbo pra poder me ouvir melhor...
Ando precisando de mim puro, cru, totalmente despido.
Ando meio parado.
Meio estragado.
E certo ou errado,
(coisa que vou avaliar, doer e aprender com o tempo)
E sem suas mãos, sem sua direção.
Mas pelo menos ando...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

bLoG mEu, TeXtOs De QuEm EsCrEvE mElHoR dO qUe Eu...

Mais uma vez tomo a liberdade de roubar um excelente e postá-lo aqui, dessa vez além da perfeição dos versos eles são válidos por falarem mais de mim que eu mesmo conseguiria...


Ausência.

cabeça nos livros.
períodos de versos vazios.
tempo de miente cheia.



MÉRITOS E LOUVORES ao autor: Douglas Ramos Marques.

terça-feira, 20 de abril de 2010

tEmPo...

“O tempo é o senhor da razão”

“ O tempo é dinheiro”

“O tempo é remédio para a alma”

“O tempo é...”

O tempo é ilusão que criamos para nos ater a coisas que não dominamos,
É desculpa que encontramos fácil.
Não; o tempo não é marcação, ele é escudo.
O tempo não tem horas, tem cicatrizes.
Tem história.
O tempo é ladrão,
Nos rouba o amor, faz prolongar a dor.
O tempo é mentira: “Não posso te amar a tão pouco...” “Tempo.”
Tempo é prece, é repetição,
Tempo é dominação das vontades: “Não posso”, “Não devo”
Dane-se o tempo: “Eu quero!”
Tempo é necessidade,
Tempo não é idade, ele dá experiência.
É mortandade, mata os sonhos.
Tempo é piada, é mal necessário,
Preciso do tempo.
Preciso contar os dias pra te impressionar com o tal “tempo que te amo.”
E não importa quanto tempo dure,
Eu encontrei no tempo um aliado,
Encontrei no tempo um novo estado.
Estado de espera.
Maior que o tempo, tenho a vontade.
E que dure dias, anos,
Ou que se acabe com o findar desse dia que há tempos ainda vivo...
E no tempo estará estampada minha necessidade de contabilizar o amor que não sei medir.
Tempo é ter você no coração, na mente, mas não ao alcance das mãos.
Tempo pode ser decepção, contradição.
Mas pra mim tempo é fabula, é fim de livro.
Tempo é saber que por agora estou atrasado,
Então vou indo...

nOiTeS dE tErÇa...

Depois que as palavras cessaram,
Que os beijos pareceram eternos.
Mãos afoitas.
Respiração ofegante.
O mesmo descompasso.
Falamos o que não devíamos,
Ouvimos apenas o que queríamos.
Pagamos a preço maior o sentimento que não dominávamos.

Conspiramos teorias só nossas.
Casamos sem dizer sim.
E falamos o que podíamos,
Falei de mim,
Te dei o que tinha.
E a noite está condenada a ser só tua,
Assim como a lua que te dei sem que me pertencesse.
Sonhei sonhos que achava não querer,
Falei dos meus medos, dos teus dedos.

“-Os teus dedos...”

Encontrei tua mão...
Você está certo, somos dois.
Dois falando, dois dançando com ilusões.
Nos aproveitando, enganando o tempo.
Falamos o que não devíamos.
Falei de paz.
E quando escutei demais, meus lábios calaram a voz.
Meus olhos gritaram um “eu te amo” que só teu coração podia entender.
Fizemos dos sorrisos a gorjeta que a vida merecia.
Falei o que queria com os olhos, com as mãos, com o coração.
Com a voz,
Calei.







31/03/2010.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

nÃo Me FaLe dE fLoReS mOrTaS...

Não me fale das flores que morreram
Não me conte de batalhas perdidas,
Com você eu sinto branco,
Eu visto vermelho eu vejo tudo azul.

Não me fale em tempo,
Não reclame de marcas,
Com você eu tenho história,
Eu vivo memórias.

Não me faça calor,
Não me deixe sem sol, sem chuva,
Não regre, não me negue, me regue, me reggae
Você é minha tarde ensolarada de segunda-feira.

Não me desista,
Deixa acontecer, deixa pra lá, não tenho nada pra fazer
Por você posso esperar,
Com você eu quero ficar...

Não me deixe sem luz
Mas continue me roubando o chão.
Me tirando pra dançar,
Me deixando sem ar, me beijando na esquina, ou em qualquer bar...

terça-feira, 13 de abril de 2010

NúMeRoS pRiMoS...

MSN: 7, 7 e 5, soma 19; é primo!

VIDA IRREAL: Gostei...
Ainda gosto de números impares, acho que o problema foi o medo de não saber lidar com a solidão de ser dois...

HOJE: Ma eu juro: Aprendo rápido!

pReCeS...

Ele precisa de palco,
Eu não preciso dele, MAS O QUERO!
Ele me amava hoje,
Eu precisava da eternidade pra viver.
Nossos corações batem juntos em abraços apertados.

Eu ando sem destino,
Ele conhecia o caminho que me conduzia.
Eu queria voar,
E ele me tirou pra dançar.
Nossos corações batem juntos em abraços apertados.

Ele pedia confiança,
E eu, esperança.
Ele é forte
E eu sem norte, sem corte.
Nossos corações batem juntos em abraços apertados.

Eu uso óculos,
Mas ele enxerga de perto.
Eu gostava de abraçar
E ele me ensinou.
Nossos corações batem juntos em abraços apertados.

Hoje,
Amanhã.
Hoje,
Sempre?
Nossos corações batem em abraços apertados.


Nossos corações batem...

domingo, 11 de abril de 2010

NãO tEnHo oLhOs VeRdEs...

Sempre pensei que meus olhos fossem verdes.
A verdade é que eu nunca havia olhado tanto pra mim como quem descobriu que eles são azuis com nuanças de amarelo...

Talvez nunca tivesse um motivo para manter-los parados, como o da presença que me deste.
...
...

sábado, 10 de abril de 2010

LâMiNa...

A lâmina que corta já não feri mais.
O ódio que cerca, não está mais sozinho.
E eu? Eu ainda passarinho.
Tive razões, e perdi cada uma delas.
Tive medo e ainda tenho.
Andei por entre sonhos e acordei,
Fiz acordos e me arrependi.
Não abri mão, mas desisti de lutar.
Eu quis o sangue e chorei.
Eu sonhei com noites em dias ensolarados,
E às vezes, aflito, perdi o sono junto com os sonhos.
Mas e minhas asas? Ainda batem.
Me joguei, me lancei de cabeça.
Fui inteiro, sou pequeno.
A mão que hoje afaga, já bateu,
E o contrário é verdadeiro.
Mas eu às vezes minto.
E meus vôos? Esses me levam por aí...
Passeando ao longe, sempre voltando pra perto.
Sempre sendo deserto.
Acariciando mordidas e escondendo feridas.
Sempre assim, sempre mais de mim.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

PrEvIsÕeS e CERTEZAS!!!!

Terça-feira 29/03/2010: Máx. de 27º, dia de sol.
Terça-feira 29/03/2010: Hoje eu te amo...


Quarta-feira 30/03/2010: Máx. de 32º, tempo estável
Quarta-feira 30/03/2010: Ainda te amo...


Quinta-feira 01/04/2010: Máx. de 28º, dia nublado.
Quinta-feira 01/04/2010: Dois dias e conforme o prometido, ainda te amo...

Sexta-feira 02/04/2010: Máx. de 33º sol com nuvens no fim do dia.
Sexta-feira 02/04/2010: Eu te amo!

...

Sexta-feira 23/04/2010: ...
Sexta-feira 23/04/2010: Desesperadamente eu te amo mais!

...

Quinta-feira 29/04/2010: ...
Quinta-feira 29/04/2010: Te amo...

...

Quarta-feira 29/09/2010: ...
Quarta-feira 29/09/2010: Feliz por te amar tanto!

...

Terça-feira 29/03/2011: ...
Terça-feira 29/03/2011: Um ano e o amor é tão vivo como na primeira noite, porém maior.

...

Eternidade: ...
Eternidade: Sigo te amando...

oS dEdOs DeLe...

Nunca antes eu avistara tamanha formosura ser,
Nunca antes eu vira tanta destreza encontrar,
Tanta beleza em apenas dez.
Nunca antes havia sido tomado por tanta intensidade no desejo.
Desejo.

Eram dedos que me tomavam de encanto,
Sedução exposta em segredos de palma de mão.
Eram dedos que acariciavam minha noite,
Que encontravam caminho em meu rosto escuro,
Dedos que moldavam meus pensamentos.
Nunca antes eu presenciara tamanha ansiedade em possuir,
E nunca tivera eu, tanta vontade de ser possuído.

Eram dedos que encontravam a beleza exata do segurar a liberdade em deixá-la ir.
Os dedos de Dele falavam,
Eram eloqüentes como noite em que nossos corações pulsavam juntos.
Expressavam poesias que seu corpo insistia em exalar,
Cantavam um amor que só o silêncio pode conhecer.
E eu; ali, encantado com tamanha formosura,
Aprisionado pela dança dos dedos de Dele,
Livre em sua teia, cadeia de portas abertas,
Ninho secreto.
Voltando ao lugar de onde nunca saíra ou estivera.

Os dedos de Dele me levavam,
Me sentiam.
Eram belos, eram vivos, eram nus.
Os dedos de Dele eram parte de uma fantasia
Que presente não era só minha,
Mas que não dividia, era fantasia que acrescia.
Que crescia e me fazia como agora, feliz.

aBrAçOs...

Você sabe por que as pessoas abraçam?

Eu aprendi...

E você sabe qual é a forma certa de abraçar?

Eu também aprendi...

Só PoR hOje!!!!

Admiro pessoas que desejam a cura, e mais ainda aquelas que a encontram. Ser curado de algo nem sempre depende de quem possui a doença ou um vício. Dizem que desejar a cura é parte importante de qualquer tratamento, então por que duvidar?!
Pensando assim, com essa vontade de ser curado, de melhorar é que pessoas que possuem algum vício entram para programas de recuperação baseado nos doze passos, o mesmo que originalmente foi desenvolvido para tratamento e recuperação de alcoólatras. Eu conheço alguns adictos (ex viciados). Tenho paixão por essas pessoas, que conhecendo seus limites se propõe a viver o hoje como se fosse o último dia de suas vidas. Pessoas que esquecem que poderiam deixar pra amanhã as coisas e só por hoje vivem! É incrível como essa forma de vida vem ganhado adeptos e conquistando cada vez mais pessoas que nunca se quer pensaram em usar algum tipo de droga seja ele lícito ou não.
Dentro da vasta gama de variações do “modo de viver só por hoje” conheci a mais interessante de todas. Sentado na calçada em uma rua deserta da enluarada Porto Alegre dos Casais em meio a beijos e conversas inspiradoramente cativantes, em meio a arrebatadores olhares e suspiros, depois de ter experimentado a grandiosa sensação de ter os pés tirados do chão; depois de ter dançado mesmo sem música e ter a certeza de que minha poesia havia sido entendida mesmo sem palavras eu abençoadamente ouvi:


“Hoje eu te amo... Sim; Hoje! Eu posso encher a boca e dizer que te amo hoje...”.


É óbvio que uma “bomba” dessas vem acompanhada de uma explicação plausível e merecida; uma explicação que aquieta o coração que acaricia a alma e faz com que, mesmo os lábios se recusando a dizer, o coração faça os olhos gritarem:


“... por hoje eu também te amo...”.


Considerações a parte, eu sei que pode parecer assustadoramente inatendível o fato de aceitar um amor com hora marcada pra acabar, mas quando se sabe que a verdade está tão presente naquele momento quanto o amor, não só se aceita como se retribui da mesma forma, e quando nos permitimos (experiência própria) o dia acaba tendo mais tempo do que estamos acostumados, acaba podendo durar uma vida, eu mesmo ainda vivo naquele dia onde dei uma lua que não me pertencia a quem já me tinha...

LíNgUa...

Depois daquela noite, ela se tornou solitária em mim.
Desaprendida de sua breve sabedoria.
Iludida em seu querer.
Depois que me tiraste os pés do chão,
Que dançaste comigo quando o silêncio era única música,
Ela decidiu esperar,
E ela soube: seria para sempre tua.
Depois que os abraços foram apertados,
Que os olhares gritaram segredos que os lábios queriam esconder,
E que teu coração bateu forte junto com o meu,
Ela quis calar, mas ainda sussurra teu nome.
Depois que te beijei, que havia encontrado,
E ela sabe que não haverá outra,
Depois que te encontrei minha língua soube, que, outra língua não vai querer...

FiCaR sEm VoCê...

Tenho sentido o ar escasso,
E meu coração sem forças, sem motivos...
Tenho sentido meus medos sem controle,
Meu corpo sem domínio,
Tenho sentido meus dias sem luz
Meu sol sem calor,
Tenho sentido falta de você,
Do seu cheiro de poesia,
Do gosto de sobriedade,
Da sua voz macia;
Faltas dos abraços sem fim.
Das mãos quentes
Do coração que bate, mas que não faz doer.
Tenho sentido falta das noites com a tua lua.
Da noite com os teus beijos,
Das conversas,
Falta das caminhadas sem destino,
Das caminhadas apenas com intenção.
Tenho sentido falta de você
Falta do que eu sei que sou ao teu lado...
Nunca alguns dias foram tão longos,
Nunca uma falta foi tão dolorida,
Mas também, nunca amei tanto alguém na vida...

MeDoS...

Não tenho medo de acordar;
Sei que você é real.
Tenho medo de dormir,
E não saber o quanto você ainda vai me querer.
Tenho medo de você perceber, talvez, não me amar.

eStÁ aLi...

Está ali!
Entre a vinca do sorriso e a covinha que encanta.
É maior que o espaço comporta,
Mas não se importa; se esconde ali.
Não faz moradia, encontra abrigo.
Tem alguma coisa que faz,
Algum motivo que traz,
Tem gostinho de quero mais.
Está ali!
Eu sei que encontrei,
Guardado entre o “quero mais” e o “eu, de novo aqui?!”
Eu sei que está ali.

sábado, 27 de março de 2010

DiFeReNtE...

Podia ter sido diferente, mas acontece que eu sou assim
Faço amor com os olhos,
Danço com a noite com o mesmo afinco que te devoro.
E da chuva faço morada assim como no sol busco calor.
Insisto e desisto de você com a mesma vontade, com a mesma tesão.
Com você tudo é tensão.
Podia sim ter sido diferente, mas acontece que eu sou assim,
Busco o que quero,
E corro pra não alcançar, corro só pra te cansar.
Mostrar que eu posso mandar.
Que eu posso falar,
E mesmo assim prefiro gritar silêncios que você não sabe controlar.
Podia ter sido diferente, mas acontece que eu sou assim,
Ando sobre águas que não afogam,
E dos corais te faço colares.
Te encho de lua e da luz pagamos.
Acontece que sabemos acontecer.
Sabemos como fazer,
Onde tocar, quando tocar, sabemos como apertar.
Podia ter sido diferente, mas acontece que eu sou assim,
Sou meio carente, meio demente, meio insolente,
Acontece que na verdade o tempo mente.
Mas é claro, podia ter sido deferente.

quarta-feira, 24 de março de 2010

cAsA...

Às vezes eu preciso de cafés em xícaras,
De açúcar.
De coisas com o peculiar cheiro de casa.
Da minha casa.
Às vezes preciso de colo.
De liberdade vigiada.
Preciso de sons que só o lar tem.
De espaços que ninguém preencherá.
Preciso daquelas partículas de poeira e réstias de sol, que só existem aos domingos nas janelas dos nossos quartos.
Às vezes eu preciso de pedrinhas que antes incomodavam.
Eu preciso de dias de vento.
De tempestades feitas de sol e água de mangueira.
Preciso de fatos, e fantasias.
Lugares onde só o meu armário podia me levar.
Às vezes preciso poder precisar...
Preciso esconder, pra sentir que sendo descoberto, sou visto.
Às vezes preciso de casa,
Preciso correr atrás de coisas que fujo.
Preciso voltar; matar a saudade e saber que às vezes eu preciso.
Que minha força vai até minha necessidade, e por mais que às vezes demore;
De casa a gente nunca esquece o caminho.
E assim vou indo, voltando, precisando de casa,
Da minha casa.

dE nOvO...

Vai começar mais uma vez...
Tempo escasso.
Desculpas constantes.
Abraços raros.
Conheço esse caminho, e ele me cansa.


“Hoje não.”
“Sozinhos? Mas...”


É sempre assim,
É sempre igual.
Perder é inevitável.E o que se ganha, se repudia

eU pEçO aR...

Eu peço que cure essa ferida,
Que me tire dessa vida,
Eu peço pra levantar,
Pra voltar a andar
Eu peço pra me esquecer
Pra ir embora, levar, sair, dar o fora
Eu peço pra me guiar, me ensinar
Eu peço pra se distanciar, me deixar cair.
Eu peço pra vir
Pra sumir
Eu peço pra distrair, pra abstrair
Eu só peço pra não me trair
Eu peço pra sair
Pra vir, pra voltar
Eu peço pra começar
Pra sonhar
Pra deixar
Avaliar, ganhar
Eu peço pra acabar.
Eu só peço pra não me trair

NeM tUdO...

Nem tudo o que eu quero cantar eu consigo expressar,
Nem tudo o que eu quero fazer eu consigo viver,
Mas por você eu sei, tenho como continuar.
Eu vou tentar.

Às vezes eu acordo e é como se ainda estivesse sonhando,
Às vezes o dia termina e percebo que não vivi nada
Eu te procuro pelas ruas e não encontro,
Eu grito e o som que se ouve é meu silencio
Eu te procuro e você dentro de mim

Nem tudo o que eu quero cantar eu consigo expressar,
Nem tudo o que quero fazer eu consigo viver,
Mas por você eu sei, tenho como continuar,
Eu vou andar.

Às vezes eu corro procuro por coisas, que sei:
Não vou encontrar.
Meus dias vão passar e eu vou mudar,
Mas em meu coração, só há uma certeza, vou te amar.
Às vezes eu desisto, mas quando penso em você eu mudo e insisto.

Nem tudo o que eu quero cantar eu consigo expressar,
Nem tudo o que quero fazer eu consigo viver,
Mas por você eu sei, tenho como continuar,
Sempre vou te amar..

segunda-feira, 22 de março de 2010

O dOcE qUeReR dA pOeSiA fíSiCa...

Não era só branca como a lua.
Era arredondada.
Tinha a perfeita forma de meus encantos.
Tinha um balançar único,
Era dança em passos de desejo que eu escondia em sorrisos.
Era o doce querer da poesia física,
A gana do possuir,
É poder.
Era além do que se via,
Não era apenas digna ser exaltada,
Era, assim como a lua dos meus sonhos, inatingível.
Intocável em minha necessidade de conter o desejo.
Era mais que um sonho que esperei sonhar
Era desejo que quis realizar.
Era de tamanho peculiar,
De formas ímpar.
Quis tocar, morder,
Quis entrar e fazer morada, quis ser bem vindo.
Não era a lua, mas estava tão ao meu alcance em estar longe.
Explosão. Era explosão;
Sentimentos que controlava em perder o controle.
Olhos que insistiam em não desviar.
Mãos suadas
Corpo quente.
Parecia a lua, mas não era,
Era montanha ligada pela caverna que me leva pra casa...

sábado, 20 de março de 2010

CoIsA mInHa...

Sol laranja,
Coisas de dezembro,
Noites sem sono,
Coisas minhas.
Sentimentos que não sei o nome,
Que não sei dominar,
Coisas do amor.

gRiToS!

Eu ouço gritos e isso me atordoa,
Eu ando em silêncio e isso me mata.
Eu ainda não sei a medida certa dessa dor,
Mas estou cansado de senti-la
Eu desisti de correr por que minhas pernas doem
Eu não tentei sentar por que tenho medo de parar.

Eu ouço gritos e lágrimas de despedida.
Eu sinto medo do novo e tédio pelo passado
Estou confuso com esse tempo.
Eu tenho fome, e o cheiro da comida me enjoa
Eu faço luz, mas vivo com esse escuro que cultivo.

Tenho andado em ruas apertadas
Em caminhos tortos
Tenho estado perdido.
Me sentido só.
Eu ouço gritos e isso me assusta, por que sou eu quem os produz.
Eu ando em silêncio e isso me mata.

eU qUiZ mAiS...

Cama vazia,
Cabeça cheia
Mortos pelas ruas
E dentro de mim.
Pedaços encharcados de história
Vida vazia
Eu dobro,
Corri.

Lençóis amassados
Branco manchado
Cheiro de cansaço
Desejo escasso
Lua que cai
Sol que não aparece.
Medo de você

Eu perdi.
Morri
Sonhos em noites de tempestade
Vento que destroça
Antes eu.
Dias de sol de chumbo.
Sangue.

Eu quis mais.
Já esperei mais
E ganhei menos
Cabeças soltas.
Paredes em movimentos
Ar rarefeito
Armaduras.
Ruas tortas em meu armário
Lágrimas no aquário.

Vida que continua.

sexta-feira, 19 de março de 2010

dEsTiNo...

Eu vou saber onde larguei meus sapatos,
Vou lembrar onde estão.
Andarei pela casa e não sentirei o mesmo frio de antes.

Amanhã, quando eu finalmente acordar, vou estar bem.
Vou fazer dos meus dias madrugadas de sol.
E de você lembrança.

Amanhã quando eu voltar a calçar meus sapatos
Serei mais uma vez dono do meu destino
E senhor da minha solidão.

Amanhã quando as coisas fizerem sentido
E meus pés não doerem pelos sapatos novos
Eu serei meu e serei livre de mim.

domingo, 14 de março de 2010

SaUdAdE dE AnNa...

Saudade de uma Anna com olhos de labirinto...
Saudade de uma Anna que faz o sol vir avisar que a noite será a lua para iluminá-la...
Que faz a madrugada sorrir,
Uma Anna que sendo mulher forte, se faz menina para apaixonar o mar...
Saudade de cheiro de molecagem, de ímpeto e charme...
Saudade de uma Anna que dominando se entrega...
Saudade de uma Anna que não sendo minha, tanto me pertence.
Tanto me tem.
Saudade de uma Anna que sabe viver,
Que sabe aproveitar cada coisa,
Que sabe que não vai voltar.
Saudade de uma Anna,
Daquela Anna.
Da Anna que sendo Terra,
Sendo forte, sendo suporte, dá asas...
Saudade de uma Anna com cheiro de chuva e cor de vento,
Anna que é tempestade e arco-íris...
Saudade de uma Anna que sinplesmente: é.
De uma Anna que sabe: sempre vai ser...
E que me perdoem as outras Anas,
Mas a minha saudade é dessa Anna...

sexta-feira, 12 de março de 2010

pRiMeIrA vEz...

Ainda lembro...

quarta-feira, 10 de março de 2010

tRaGaM uM pApEl E uMa CaNeTa, PrEcIsO gRiTaR!

Tragam-me um papel, uma caneta.
Minha necessidade em gritar aumenta.
Façam de meu silêncio uma desculpa para meus rascunhos.
Permitam que meus medos se expressem em linhas tortas, em letras porcas.
Permitam que meu grito seja de dor, quiçá amor quando eu souber o que isso significa.
Me deixem viver em traços rotos.
Eu quero ser.
Me tragam uma dose maior, um copo melhor,
Me tragam um pouco de mim, em uma bandeja.
Eu vou gritar, eu quero, eu preciso gritar!
Eu silencio...
Cadê meu papel, minha caneta?
Onde está minha liberdade?
Talvez eu precise dormir, ou acordar e sonhar.
Façam minhas vontades, sou virtuoso, sou desejoso...
Estou com fome.
Está escuro, e a noite já acabou,
Eu tenho visto o sol nascer, mas o gelo continua intacto em mim.
Me façam amor, mas façam- o com ardor.
Eu quero doer.
Distorçam meus pensamentos e destruam minhas poucas certezas,
Ainda estou vivo.
Tragam o papel que pedi e a caneta.

mAnHã...

Vento quente,
Rosa derramado pelo céu.
Vida nova.
Mais um começo...

[dEi]XaNdO dEnTrO...

E só por agora continuo pensando em você.
Sei que estamos distantes,
E que as coisas não serão como eu quero,
Sei que serão como devem ser.
Que estaremos longe e por mais que eu te pertença, você é livre.
Sei que por agora andaremos por caminhos separados,
Teremos histórias diferentes,
E que nossas vidas não serão uma.
Por agora a dor tem tido um sentido diferente.
Sim, você tem doído de uma forma maior.
Não estou convencido que esta é a sentença,
Mas já posso aceitar que é a nossa vida.
Estaremos longe, e você não sairá de mim
Seremos o que conquistarmos e sempre seremos um.
Nem sei se seremos ainda...
Por agora estou mais que conformado,
Estou sem vontade.
Meu querer é medo em meio ao teu caos pessoal
E minhas vontades eu deixe pelo caminho, vou viver.
Sem você, ainda amando e deixando, sem você...

quarta-feira, 3 de março de 2010

QUE AINDA HAJA MÚSICA...

Lembra das promessas?
Todas serão cumpridas...
Lembra dos sonhos?
Todos serão reais
Haverá luz pelo caminho,
Haverá verdade
E em algum lugar haverá nova vida
Mas que você não leve tudo o que me deu...

Que ainda haja música quando você se for...
E que sua ausência não silencie meu coração...

Que ainda haja música,
E que a dor seja amena
Que a saudade que nos encher seja como dobradura de papel, bela pela marcas...
O compositor sempre carregará a melodia,
Eu disse que você era importante e sempre será.
Sempre estará em mim, como a minha melhor parte.

Que ainda haja música quando você se for...
E que sua ausência não silencie meu coração...

Lembra das conversas?
Tudo já foi dito, tudo já foi feito...
Elas estão eternizadas em versos.
Como te prometi.
Nossa história.
Nós sabemos, amor não acaba.

Que ainda haja música quando você se for...
E que sua ausência não silencie meu coração...

Que ainda haja música quando você se for...
E que sua ausência não silencie meu coração...

Que ainda haja música...
Essa foi minha primeia música, a que mais gostei de ter composto, talvez por que sem que ninguém saiba foi feita pra pessoa que mais amei...
CORREÇÃO: Ainda amo, medo de admitir, mas é!

dO tEmPo ApReNdI...

Pedi coisas que eram minhas por direito, e que me foram negadas,
Coisas essas que depois foram entregues a qualquer um,
Perdi coisas que eu quis em meio ao que me pediram.
Eu dei, roubei, tirei.
Ganhei, fui roubado, me arrancaram coisas que só eu sabia o tempo exato de desfazer.
Já foi forte e cansei.
Desisti. E desisti de desistir, me entreguei.
E no final, a certeza de que ainda não havia acabado, e a dúvida de como continuaria.
Eu não falei coisas que queria, mas disse coisas que não deveria,
Eu amei, e deixei de amar.
Eu fui meu, me doei, e machucado quis tentar.
Eu errei.
E já acertaram.
Me escondi de amores que desejei,
E os que não controlei escondi onde só eu podia achar, no meu coração.
Dancei entre dores.
Sorri enquanto o peito dilacerava.
Chorei rios e contive barragens que meus olhos queriam jorrar.
Cantei músicas que não sabia a letra,
Escrevi história que não eram fábulas, mas agora vejo que me ensinaram lições de moral.
Escrevi histórias sem conhecer os personagens, o enredo, o desfecho, mas não deixei páginas em branco.
Corri com o vento,
Queimei com o sol.
Molhei com a chuva.
Fiz vida, e vi ela se esvaindo docemente entre dedos que não eram meus.
Aprendi que idade dá rugas,
Mas que o tempo dá experiência.
Aprendi a mentir, e aprendi que o importante é não se enganar.
Aprendi a mentir e sei que o importante é me defender.
Aprendi de vida, e sei que ela é morte, assim como começo é fim, como noite é dia.
Aprendi que os opostos não se atraem, eles se precisam para existir.
Aprendi que aprender é como perdoar. Um processo diário e nem sempre coletivo.
Aprendi a fazer barulho, e o mais importante:
Aprendi a beleza que silêncio esconde atrás do medo que causa.
Aprendi a ficar e a ir em silêncio.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

pRiMeIrA vEz...

Nunca mais será...

cErEjAs, MaMãO, pLáStIcO...

Almoço de trabalho, reunião com produtor, diretor, papo com amigos.


- Quero sorvete!

E lá fomos nós, rumo ao meu pote de cobertura com quase nada de sorvete.

- Ton, vou comer cerejas...

Piadas maldosas em pensamentos arrancam sorrisos maliciosos de canto de boca, e uma única frase:

- Você já comeu...
Piadas guardadas, risos expressados e contidos pela situação. E agora duas cerejas a menos no mundo, quer dizer: algo que nos venderam como cerejas.
Sim, “algo”, a culinária mundial também foi globalizada, editada, recauchutada e finalmente chegou a era do “parecer”. As coisas parecem finas, elegantes, gostosas... e às vezes até parecem verdadeiras, embora não passem de imitações, bem vindos a pirataria culinária!
No caso das cerejas, li em algumas revistas e posteriormente vi em programas de televisão que agora estão fazendo “bolinhas” de mamão verde e cozinhando em essência de cereja e corante vermelho, depois preparam uma calda que as conserve e as embalam para a venda a nível mundial, o que tem sido um sucesso devido ao baixo custo das mesmas e a grande riqueza na proximidade do sabor e textura. Pasme, mas nem o caviar escapou dessa brincadeirinha de “faz de cotas”, mas desse, (o caviar) falo em outro texto, o importante aqui são as cerejas, ou os mamões que se parecem / viraram cerejas.
Eu particularmente, nem me importo com o gosto que é extremamente próximo ao original, ao ponto de ter conquistado os mais diversos chefes do mundo inteiro. Mas uma coisa que me incomoda nessa história, é o fato de comprarmos algo que parece mas não é. Porque ninguém anuncia: “vendemos mamão em formato e sabor de cereja!”. É incrível e isso pode parecer exagero, mas no fundo é uma boa analogia (modéstia a parte), a cozinha agora parece nossas vidas, nos orgulhamos mais do que parecemos do das coisas que realmente somos, das que podemos sustentar como verdade, como certas, mesmo sabendo que jamais as seremos.
Comer cerejas feitas de mamão sem saber não me incomoda. Porém fico me perguntando: o que mais eu tenho comido que não é o que na verdade acho que estou comendo?!
Quanta gente eu tenho tentado “comer” para aprender algo e na verdade não são o que parecem, e por mais que superficialmente o gosto ainda lembra o original? Quantas pessoas estão nos passando experiências de vida que nunca viveram? Estou assustado, onde isso vai parar?
Quer saber (continuando com as analogias) prefiro as cerejas de plástico, todos sabemos o que são do que são feitas e para que realmente servem...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

aDoRáVeL cLiEnTe FaCiLmEnTe SeDuZiDo...

“seja simpático, sempre sorria. Evite atritos e resolva tudo o mais rápido e da melhor forma possível!”

Essa foi à instrução que me deram quando comecei a trabalhar diretamente com pessoas, e que ainda hoje insistem em repetir como se todo aquele tempo que exigem de experiência não tivesse valido de nada.
Eu tenho feito minha parte, tenho agido com um cinismo irrepreensível, sempre sorrindo, sempre dedicado independente de qual seja a minha vontade, e saibam: às vezes ela é de morte. E para qualquer chefe ou superior que se preze esse não é mérito meu, mas sim obrigação.
Mas o que ninguém lembra é que nem todos os nossos “adoráveis” clientes estão acostumados à tamanha demonstração de civilidade que a simpatia expressa. Para alguns o fato de rirmos, demonstrarmos interesse e fazer o possível para que se sintam a vontade e satisfeito é sinônimo de cantada.
Semana passada um dos meus “adoráveis”, pensou que eu havia dado em cima dele por ter agido, mal sabe ele, da mesma forma que ajo com qualquer outra pessoa; quando fiquei sabendo minha primeira reação foi um misto de choque e vergonha por algo que não fiz, mas agora que uns dias se passaram apesar de parecer revolta estou achando tristemente engraçado.
É triste saber que para algumas pessoas ser atencioso possa parecer investida amorosa, pois elas temerosas de serem mal interpretadas como mal interpretam jamais serão simpáticos e atenciosos; mas ao mesmo tempo é engraçado porque isso revela que as mesmas não conhecem nada da incrível arte da sedução que não se limita a simpatia, pelo que lembro eu.

Bem, acredito que isso tenha realmente mudado minha vida, acho que a partir de agora quando eu quiser conquistar alguém vou apenas sorrir enquanto meu patrão me paga...


HAHAHAHA!