domingo, 31 de outubro de 2010

Por Ontem...

Sempre preferi as fugas às despedidas, parecem doer menos. Sempre optei por lançar fora tudo aquilo que tive medo de perder, mas às vezes despedidas são necessárias. Às vezes despedidas fazem um sangrar de coração necessário e libertam a alma...
Às vezes o tempo se encarrega de despedidas que não temos força ou vontade de fazermos, mas Às vezes ele (o tempo) aparece como um presente, uma chance e até mesmo uma necessidade de tentarmos mais uma vez esse sangrar necessário e libertador que é a despedida...



17/04/2010



Eu só preciso te deixar ir.
Te sentir partir de mim, quando a vontade é prender.
Preciso te ver livre pra lembrar de mim.
Preciso vagar em lugar nenhum,
e mais uma vez não ter ninguém pra precisar só de mim.

Eu quero você distante por agora,
Quero me sua distância me aproximando de mim.
Quero passos no chão,
Não vou mais voar com tuas asas.

Prefiro ser solidão sem dor.

Eu preciso de você longe de mim,
Preciso estar vazio para poder achar um lugar onde ficar
Preciso de mim plantação,
E saber que ainda tem o que crescer, o que querer;
Saber que ainda vai ter que morrer.

Preciso saber que sem você ainda vai ter alguma coisa.


...
































Despedidas feitas. E ainda e estou vivo;

sábado, 30 de outubro de 2010

Busca pés...

Cabeça baixa,
peso da fé,
e amar até o chão,
mesmo depois do não,
mesmo sem tua mão, teu pão,
amar mesmo sem ter teu coração.
Andar solitário por entre você,
estar em você e ser de você o bem querer
sonhar na rua,
viver na lua,
me fazer da tua carne nua e crua.
ver o sol que você deixar passar,
sentir o cheiro que você exalar,
exaltar e te ressaltar,
sonhar com nós dois em altar,
sonhar com você, em estar...
fazer carinho de mansinho,
ser seu "neguinho", seu pedacinho de céu,
te levar em mel, usar contigo um anel,
te buscar quando acordar
me arrastar, buscar teus pés
e te achar...

... sábado

É sábado de tarde, e a cidade vai com uma cor peculiar.
É sábado e a voz que canta é Bethânia.
Eu vejo cinza em dias como hoje.
Sinto cheiros de cítrico calor,
e o vento que espero faz frio e arrepio em corpo distante.
É sábado de tarde e a chuva vai começar....
vai lavar e levar coisas que eu esperei e detestei por tempos...
É sábado de tarde, e ainda não é tarde para ser sábado.

sábado, 23 de outubro de 2010

vontades

Brigamos.
Eu ouvi o que não queria,
disse o que não devia.
Chorei sozinho.
Chorei com amigos.
Chorei com o silêncio.
Meus olhos desviavam os seus.
Eu silenciei o choro e ouvi: Eu te amo!
Chorei agora com certezas...
Estamos bem.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Um ensaio sobre a cegueira, do perdão...

Amem, ou o odeiem; pouco me importa; nem eu sei ao certo o que sinto por Fabrício Carpinejar. Fato é que ele é inteligente e engraçado, com "sacadas" únicas que acabam fazendo coisas tolas serem motivo de grandes reflexões. Acabei ler de uma de suas tuítadas dizendo que não se ensaia o perdão, quero ir além...
Concordo com Carpinejar, no fato que perdão não pode ser algo ensaiado, que deve ser espontâneo, que não temos uma forma padrão de perdoar. Acho que perdoar é quase amar sem orgulho, é lançar mão de entendimentos e agir com sentimentos mais sublimes, não ver coisas que se mostram nítidas por vontade própria e mesmo assim não ser cego...
Perdão não é ensaiado, mas a menos que seja praticado diariamente não é perdão por inteiro. Eu não sei perdoar tudo, e nem tudo me agrada perdoar. Existem coisas / pessoas que não quero, não consigo e não vou perdoar; e ao contrário do que alguns possam pensar, tanto suporto essa verdade que até há admiro e faço por cultivá-la...
Perdoar é digno, enobrece a alma; mas não perdoar dá forças.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Inspiração

não sei o que exatamente acontece quando as palavras se escondem em inspirações inesperadas,
mas sei que é engraçado e agoniante saber do que falar e ver a criatividade calar.
eu ando em crise de verboragia, logo eu!
eu que sempre fui bom em enrolar, divagar, estragar de tanto falar...
logo eu que sempre tinha algo a dizer mesmo quando silêncio bastava.
irônia?! até podia, mas prefiro definir como agônia essas palavras que insistem em calar.
eu queia falar de Liana que é chá, de Larissa que é café,
queria perguntar onde está Andréa...
e contar dos voos que o menino passarinho anda dando...
eu queria pedir das pernas que me perdem, e queria contar das penas de Roque.
eu queria chorar em versos com Bethânia...
mas cadê?
cadê!
cada essa tal inspiração verborragica que embriaga a alma e solta os verbos?
cadê os sonhos que só as palavras podem sonhar?
cadê a eloquência que afogava o siliêncio em frases nem sempre bem ditas, em frases bem vividas...
cadê as poesias que faziam de mim um bobo em fim de festa?
cadê essa tal inspiração que sumiu e deu vazão a esse mar de vontade...


(-Ah que vontade de gritar palavras minhas, que o silêncio ainda não conhece...)


cadê minhas palavras que me traiam, e que tanto atraiam?
cadê?