segunda-feira, 27 de abril de 2015

ode ao ódio de amar

eu te odeio.
sim, ódio é muito forte,
mas nada em nós fui fraco alguma vez.
eu te odeio e não nos culpo por isso,
te odeio e desejamos nos odiar,
somos complementares,
sentimos sem a necessidade de nos explicarmos,
te odeio em tempos que ainda não sei precisar,
e sempre enquanto te amar vou querer/tentar te odiar...

sábado, 25 de abril de 2015

faxina

quase tudo pronto.
janelas abertas, o sol e o vento dançam pelas cortinas...

louça guardada,
casa limpa,
cama arrumada,
o cheiro de limpeza enche a casa...

tudo limpo e quase tudo organizado.
quase tudo em seu lugar,
agora só falta você em mim...

segunda-feira, 20 de abril de 2015

quando eu vi você.


ah se meus desejos se enrijecessem em suas carnes,
se eu me enroscasse em teus cabelos de bagunça métrica,
ah se tanta luz não cegasse...
mas eu senti você.

queria eu, ser achado por olhos tão perdidos,
por esse riso de canto de boca, por esse escracho que não some,
queria eu, estar correndo perigo em curvas tão certas,
em caminhos tão inseguros...
eu vi você.


ah se eu entendesse a doma que essa fera insiste em  prender-se,

se eu tivesse o poder de libertar os desejos que calamos,
se fossemos entrega.
eu quis adentrar suas portas esquecidas,
em você encontrar caminhos ainda existentes,
eu senti você.


queria eu ser possuído por aquilo que só eu via em você,

que só você sabia existir,
eu queria aquilo que gritava em seu silêncio.
ah se tuas prisões arrancassem de mim o gozo que todos guardamos para você
se de tuas montanhas emanasse leite e mel...
se teu santuário profanasse minhas santas verdades.
eu quis entrar onde ninguém consegue sair.
eu vi você.

queria eu, ter você,
mas você se esconde em sua particularidade,
em seu mundo encantado,
você reina onde te faltam súditos,
onde te sobram confortos,
ah se você soubesse das guerras que pode ganhar,
se soubesse dos territórios que ainda pode conquistar,
eu sei de você.




sábado, 11 de abril de 2015

previsão de tempos

doce é o mar que você fez de mim...
eu tinha dúvidas, tinha certezas, parecia completo,
eu tinha verdades para profanar e mentiras para me defender,

mas em segredo, confesso: sabia que me faltava você.
Talvez faltasse tuas verdades doloridas que tiram meu chão,
mas que aos poucos vão devolvendo meus caminhos, 
que deixam meus voos seguros.

como pode alguém que eu luto para ser estranho estar tão íntimo,
você gosta tanto do que diz ser eu,
e você é tão seguro em ser fiel,
tenho medo do desejo que sinto em seus olhos úmidos,
e desejo que meu medo em estar sem você não me consuma.

com o tempo acreditarei em suas promessas,
e com um tempo maior, não precisaremos mais delas,
gosto da sua voz de atenção que me dá conforto,
e da sua liberdade que faz acreditar em mim.

talvez as coisas mudem ,
talvez eu fique mudo, e em silêncio te implorarei ajuda,
eu sei, doce é o mar que você traz em mim...

bilhetinho de adeus.

desculpa, mas não estarei em casa quando você chegar.
tive que sair,
fui ver meus dias passarem em outros lugares,
fui buscar um pouco de falta em outras vontades.

não volto logo, não espere.
e não se demore,
está casa não está mais sendo sua.
está casa não está mais sendo lar.

deixe tudo que for meu no lugar que está, junto tudo depois.
não quis organizar nada,
a bagunça será necessária para lembrar futuras comparações.
não beba toda água, não mexa nos meus quadros,
deixe tudo fora de esquadro, tudo fora de ordem,
não ouse deixar ordens disfarçadas de lembranças e boa vontade.

aliás, não me desculpe por nada.
não desejo nem desculpas vindas de você.
quando eu voltar, queimo o que restou de memória.
mato o que sobrar de tempo,
descarto o que eu julgar lixo.

e se eu desistir de voltar,
não te aviso.
tudo ficará jogado onde está,
simples como fui sua escolha em desistir.

sábado, 4 de abril de 2015

do começo...

eu tive medo de você,
sabia que se te convidasse pra entra você se faria dono da casa...

decisão difícil...

eu queria alguém para contar a verdade,
queria poder sentir o pesa da nudez,
me sufocavam as armaduras,
e sim, não sei ser diferente: tudo ou nada...

decisão difícil...

eu não confiava em você,
nem acreditava em seus doces olhos,
sua voz que parecia tão segura me dava mais medo,
as pessoas mentem, e você insistia em se parecer uma pessoa.

eu tive medo de você,
sabia que você saberia por andar mesmo que eu não te desse o mapa...

decisão difícil...

tudo em você parecia um problema,
tudo em com você seria exposição.

decisão difícil...


e então abri a porta, te pedi para entrar, para não reparar a bagunça, para achar um lugar para sentar, para achar um lugar para ficar...
vamos conversar, ajustar as coisas...

quero você.