terça-feira, 30 de agosto de 2011

breves segredo "de faz de conta"




eu tenho sido água que salga a boca,
que lava a alma,
que enche de solidão a imensidão da minha cama.
eu tenho derretido como gelo em copo vazio,
tenho mentido verdades que não sabem silenciar em mim,
e dos gritos tenho justificado a loucura que tenho cultivado.
eu sinto os dias como álcool:
ardência, anestésico, prazer, fim e começo.




dois pra lá, dois pra cá, dois além...

Eu dancei.
A música acabou,
a perna bambeou,
mas o o coração mandou,
e eu dancei.

Eu dancei.
Senti arrepio,
esqueci o frio, senti calor,
flui como rio,
eu dancei.

Eu dancei,
uma noite inteira, a vida toda;
eu sorri e dancei.

Eu dancei.
eu bem sei,
dancei.

Relato de cor





"...Tive oito filhos,
casa humilde,
dinheiro que faltou,
preocupação que sobrou,
tive o casamento que quis,
família feliz.

Nunca acordei depois do sol,
nunca tive sexta sem tambor,
nunca os dias foram sem amor,
a luz já faltou,
e já cortaram a água,
mas aqui a gente chora abraçado.

Não estudei,
eduquei oito que com amor criei,
tive o casamento que quis,
família feliz.

Trabalhei com chuva molhando e sol queimando,
sempre disse que da minha cor eu tenho orgulho,
do meu credo e do meu ninho saem minha força,
a luz já faltou,
já cortaram a água,
mas aqui a gente chora abraçado..."

amanhecer

"Sempre era domingo,
e as noites sempre tinham o luar dos teus olhos,
eu era vento quente,
me perdoe por amanhecer.

Sempre no tom certo,
na vibração ideal,
sempre passado o presente futuro.
e eu mudei a canção.

não há mais palavras,
a culpa fala no silêncio,
e cega com a tanta luz,
me perdoe por amanhecer..."

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Eu e os verbos...

Eu tenho o cheiro de estrelas que derrubamos,
tenho as mãos vazias,
e tenho o escuro das noites sem você.

Eu perdi a luz,
e vaguei em lugares que esqueci de apreciar,
deixei conforto em braços que não são seus.

Eu disse versos que a verdade não alcançaria,
jurei mentiras que ninguém desfaz,
e silenciei.

Eu fiz planos,
quis realidade,
Onde erramos?

domingo, 28 de agosto de 2011

Sábado da mamãe

quando for sábado eu vou acordar cedo,
vou comprar flor,
perfumar a vida,
vou acender vela.
vou cantar com o lírio no cabelo,
quando for sábado vou dançar com o espelho,
e se eu chorar, vai ser com açúcar.

quando for sábado vou pro colo da minha mãe,
vou levar presentes, e ser acolhido,
quando for sábado vou achar marido,
vou cantar e exaltar minha mãe.

quando for sábado,
e eu vou acordar cedo,
vou tomar banho de cachoeira,
lavar a alma e enfeitar a vida.
quando for sábado eu vou dançar com espelho e espada.

confissões solitárias






...do silêncio que fiz, entendi não mais poder calar,
calejar e doer.
entendi não entender o que se faz,
o que se leva e o que se traz,
do silêncio que fiz entendi o que não se pode entender,
o que não se pode esconder em verdades,
e entendi o que se pronuncia em omitir,
entendi versos no silêncio...