segunda-feira, 30 de abril de 2012

O quarto, o mundo e o paraíso.



Deitado em sua cama o mundo tinha outro tamanho,
parecia caber em seu quarto e onde os olhos vissem através da janela.
As cores intensas dançavam em luz clara,
em entardecer despretensioso,
Eu via seus cílios se encontrarem,
e meu paladar desfrutava do teu mel;
da vida que há em você.


Eu sentia seu corpo em ritmo doce,
sentia sua presença,
e dentro de mim você era literal,
preenchendo espaços que também são teus.
Nosso mundo tinha agora um cheiro mais denso,
específico;
prazeirosamente peculiar,
o nosso cheiro misturado ao desejo que exalava.
minhas mãos percorriam suas curvas,
arranhavam a pele que me tocava.
eu ouvia o som da sua satisfação,
e respondia em uníssono; 
sua cor era mais viva agora;
e a medida que a luz se perdia dos olhos, os ritmos aumentava;
o desejo saciando-se aumentava.
Eu te desejava por inteiro em mim.


Nunca antes o entardecer fora tão belo,
tão repleto de necessidades e de realizações,
teu quarto, nosso mundo.
Mais.
Extasie.
Pela janela, agora o mundo era um céu estrelado.
o meu paraíso agora pesando sobre o meu corpo,
você estava quente,
confortável sobre mim.
Respirei, busquei seu cheiro profundamente, quis guardá-lo para sempre em minha alma.
Desejei que não houvesse tempo,
e saciado entendi que sempre te desejarei mais.
Mais um beijo, a noite se faz presença.

domingo, 22 de abril de 2012

Ouvindo barulhos silenciosos...

Apague as luzes, desligue tudo que permita ser ligado. Sente-se, ou apenas fique o mais a vontade possível, nossa conversa meramente ilustrativa pode ser longa. Falaremos em amor. Espere, perca-se em sua própria respiração que agora inunda o silêncio. Encontre nesse silêncio avassalador  sua alma, pode demorar, esperamos o tempo necessário, não há pressa. 

Agora sim: silêncio absoluto, silêncio denso. E então eu te desafio a ouvir!



Barulhos. Sentimentos e seus barulhos.
Não há nada de menor em apaixonar-se, há sim outra direção. Apaixonamo-nos e começam as tempestades, a luz muda, o barulho se instala em nós e ao nosso redor, nunca sabemos onde as coisas irão parar, nunca controlamos os ventos, tudo é incógnito, tudo é sempre novo, sempre mais, sempre amor, sempre dor; paixão é assim: tudo, sempre! Mesmo o que nunca será, é, quando nos apaixonamos. Quando nos apaixonamos é para sempre, e se isso durar uma noite, foi a maior, a melhor de nossas vidas, paixão é barulho gostoso de sentir, é começo de busca por abrigo. Apaixonar-se é abdicar de quem somos, é emburrecer conceitos e esquecer certezas. Resumido, mas nunca menorizando, apaixonar-se é jogar-se.


Mas esqueçamos as tempestades e voltemos ao nosso silêncio avassalador, hoje ele é pauta. falemos nós de amor. Sim, amor. O amor arde em barulho diferente, e seu som é o silêncio. Quando amamos a luz é clara, porém aconchegante. A nossa volta tudo se faz com nitidez e enxergamos longe, não há ignorância. Mas não nos enganemos, amar exige entrega, fluides  e acima de tudo coragem: nem todos se permitem continuar no rio, conhecendo as corredeiras sem bater os braços. Quando amamos nos tornamos mais sábios, conhecemos os nossos defeitos e os defeitos do outro e isso não é ignorado, mas sim adaptado, amar é saber andar em qualquer terreno, é fazer de qualquer chão solo seguro; quem ama não corre, mas sim, anda atemporalmente com firmeza. Amar é estar em berço seguro, o amor é quente como colo, sempre na medida. 
O amor em sua grandeza compartilha presenças, permite que os que o sentem também se encham de paz, de tranquilidade, o amor permite certezas, permite que conheçamos seu oposto para que em sua totalidade nos deleitemos em gozo completo. O amor tem língua universal, e sem barulho se faz notado, enche qualquer ambiente, assenta o trono e o centro da vida de qualquer ser com disposição. O amor tem gosto peculiar, marcante, onde algumas notas continuam a dançar em nossos paladares mesmo depois de provar outras coisas, o amor é como a lagarta: em constante mutação onde nem sempre os rasos entendem a beleza efêmera da borboleta.

Há alguns dias indaguei à um habitante do meu coração: " O que você precisa para amar alguém?", sabia e ponderadamente ele me respondeu: "Nada...", amor é exatamente assim: existem mil motivos para que amemo-nos, mas nenhum um deles é forte o suficiente para superar as certezas que o coração nos dá, sempre existirão motivos para amarmos alguém, mas quando for amor de verdade não haverá motivo para pontua-los ou justifica-los, apenas amaremos e isso nos bastará.

Ouça. 

Apague as luzes, desligue tudo que permita ser ligado. Sente-se, ou apenas fique o mais a vontade possível, nossa conversa meramente ilustrativa ainda pode ser longa. Falaremos em amor. Espere, perca-se em sua própria respiração que agora inunda o silêncio. Encontre nesse silêncio avassalador  sua alma, pode demorar, esperamos o tempo necessário. Não há pressa. 

Sempre haverá um silêncio próximo a você, apenas permita-se.

Eu te desafio, ouça!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Silêncio...

Silêncio.
...
Sou teu.
Dos teus silêncios se fazem as minhas explicações,
e nos teus olhos se move o meu futuro.
teus pés traçam o caminho por onde andarei,
e pelas tuas curvas serei encontrado.
Em ti o paraíso tem lugar certo.

Silêncio.

...
As coisas voltam ao normal,
Continuo sendo teu...
Me alimento do teu mel,
e na tua respiração encontro afago;
descanso no teu sono.

Silêncio.

...
As coisas serão sempre paz com você...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

das voltas de quem não sai de mim...

Quando tu chegares, estarei à porta,
a espera, 
querendo que entres, 
que voltes ao lugar que é teu.
Que não saia de dentro de mim,
quando tu voltares re-significarei a volta,
e terei em tua curva a explicação correta de desejo.
Do teu mel serei farto, saciado...
Me esgotarei em tua dança,
e no teu peito farei morada, serei achado em ti.
Estarei disposto, composto,
estarei você.


Quando tu voltares serei fogo,
queimarei ao compassar da tua respiração,
e seri consumido pela essência do desejo,
guiado pelo teu pulsar...


Quando tu voltares acharei tarde,
reclamarei a ausência e só calarei em beijos.
Sempre é muito tempo sem você,
sempre quero mais ,


sempre preciso mais de você.

Volte e eu te deixo tu, e te faço eu.

Volte e eu sou teu.




Quando voltares, eu acalmarei,
e então saberei: nunca foste.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

dos começos...

Um sonho às vezes pode custar uma tarde de domingo e disposição,
e assim, durar uma vida...

terça-feira, 3 de abril de 2012

boa noite





tenho sido grato ao teu sagrado,
e do teu doce tenho permeado meu paladar.
na tua curva tenho encontrado o caminho certo,
meus olhos estão presos ao nosso futuro,
e em você as noites serão sempre boas,
e o sono virá seguro.
com você a entrega tem novo significado,
e o coração está do outro lado da dor,
não há tempo, somos desejo.
me deixo levar pelos afagos do teu silêncio,
te deixo ser manhã de domingo,
te deixo em mim.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

de levar e pesar.

leve o que é seu,
o que me deu,
e também o que me negou.
leve as coisas que mostrou e depois disse não poder manter,
leve cada suspiro que dei,
cada segundo que disponibilizei.
leve a vida que achei ter encontrado em você,
leve as coisas que eu te dei,
as que gostou de ganhar, e as que já esquecestes,
leve tudo o que couber em você e no seu mundo,
leve aquilo que é história em mim.
leve tudo o que me pesa,
que me faz penar.
leve tudo!
não deixe nada que foi.
mas não ouse mexer nos coisas que estou buscando,
não faça da nova possibilidade mais uma ausência.
não toque nos que re-signifiquei,
não mexa nas minhas possibilidades.
vá embora e faço de conta que você nunca veio.
vá, leve.