domingo, 26 de fevereiro de 2012

Carnaval

Os teus olhos falavam mais do que eu queria saber,
eram prolixos naquele momento.
a música, a confusão, o medo;
Eu estava em você e não sairia,
o disposto  vale mais que o oposto.
eu conhecia tuas lágrimas, 
e agora tua festa era falsa,
pela primeira vez eu vivia tua mentira.
Pela primeira vez você, em verdade, me doía.
A festa, a música, a mentira e o barulho acabaram,
A dor também acabara,
Mas o amor não tem fim...

O fazer de um poeta...






O que fez o poeta se não doer de amor?
Dilacerar a carne em palavras eloquentes...
O que fez o poeta se não a dor de amor?
O consumir de um sentimento que em barulho nos toma de paz silenciosa...

Se fez palavra.

O que fez o poeta se não os versos de um sentimento?
Fez lágrimas em faces que não sentiram sua dor,


que não arderam o seu amor...
Quem fez o poeta se não a necessidade de expressar?
Se não o desejo de dividir...

O que viu o poeta, se não a grandiosidade dos olhares descritos?
Das camas gemidas em gozo cansado, 

em gozo narrado e embalado por palavras que pra si tomará o doce ladrão...
O que fez o poeta?!
Quem fez o poeta?!
O que deu o poeta em prol de um mundo que o entendeu?
Por que dividiu o poeta o seu reino?


Quantas vezes o poeta não ouviu sua vida sussurrada ao pé de ouvidos que não amou?
O que fez o poeta se não viver o amor?
Embelezar o que o faz belo; fez o poeta...
O que fez o poeta se não o sublime, ou mesmo o profano amor?
Doer e arder em amor para curar com o que o mata...
Fez o poeta, andar só...
Estar em outras bocas,

outras camas,
outras intenções e intonações,
faz o poeta livre de si,

Faz o poeta preso a sua história, ao seu sentimento...
Quem fez o poeta se não a vida,


O que fez o poeta se não dar vida a palavras soltas...
Viver, fez o poeta...



segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

De Você E Seus Desenhos

Os dias perderam seu fim,
E eu, a medida do que sinto,
Me perdi nas coisas que minto;
Me perdi em seus desenhos.
Vagamos de mãos dadas solitários.
Tenho sido teu,
E o prazer da tua posse me ensoberbece,
Me enche de gozo,
E me faz conhecer os limites do ambiguo,
O céu e o inferno no mesmo sentimento que por hora me faz temer...
Tenho sido consumido pelo fogo que nunca acaba,
Engolido pelo meu desejo de te beber...
Você foi, mas te farei presente e futuro na satisfação da minha cama,
Da minha alma,
Te farei história em mim...
Seja seu, seja meu, seja em mim,
E não me deixe ir sem te amar;
Eu quero você, então não vá...

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Constatações de ganho e perda...


Ton faz a constatação e rapidamente pega o telefone, não pensa duas vezes faz a ligação e espera até que a chamada se termine sem resposta...


Segundos depois o telefone toca, é o retorno.


"-Você me ligou?"


-Sim, eu respondo rindo...


"-Uhm... Aconteceu alguma coisa?"


-Sim, entrei no emu quarto, comecei a juntar as coisas e percebi que você não deixou nada aqui em casa dessa vez... Gostava mais quando você deixava coisas aqui e voltava pegar...


"-Ah é?! Então procura entre os lençóis..."


















(ME GANHOU!)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Andança...



De tanto andar,
de tanto cair,
de tão só;
Aprendi novos caminhos,
novos motivos,
aprendi novos destinos,
novas formas de chegar...


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A morte da virgem...






De tanto ouvir, agora a virgem estava morta. Enterrada na cama com seus sonhos e fantasias de relacionamento, que há pouco descobrirá não existir.

Então respirei, me contorci nos lençóis e o encarei como a puta encara seu melhor cliente. Esbocei desejo nos olhos sedentos, e pensei dar-lhe o melhor que ele merecesse, andei em sua carne fervilhante e me fiz caminho para sua realidade ferina. Fui o que precisava ser no momento, esgotei-o. Deixei os sonhos mortos adormecerem e entendi a situação, mais uma vez chega ao fim o que nunca antes começará...