segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Vendo luzes que não se alcançam...

Eu vejo tantas luzes nesse pântano,
Eu vejo as luzes que não posso alcançar 
Elas estão se movendo 
Isso não é bom 
Eu vim atrás de você
E não me movo mais 
Estou preso

Há luzes mas eu não as toco
Olhe em volta 
Me procure dentro de você
Me encontre na luz
Ou me perca no seu medo

Eu queria gritar, pedir ajuda
Mas eu não me movo.
Estou preso
isso não é bom 
Eu apenas vejo as luzes,

Me leve daqui, 
Eu vim atrás de você
Eu segui as luzes, 
Não podia imaginar que escondiam o pântano 
 Me leve daqui,
Estou preso 

Isso não é bom...

sábado, 3 de janeiro de 2015

vá, em silêncio!

cale-se!

não me peça para ouvir mais nada,
está tarde e sua voz se perde nesse escuro.
feche sua boca como fechou seu coração.

cale-se.

não perturbe meus gritos com sua voz mansa,
não me olhe nos olhos, há pouca luz agora.
evite carinhos nesse momento,
me deixe odiar você,
eu preciso nos libertar.

cale-se,

suas explicações me matam,
leve-as com você,
dê a outro tudo que manteve em morte.
arranque de mim esse cheiro que te pertence,
deixe minha cama vazia,
eu só quero o que é meu, jamais te pediria o que fingiu me dar,

cale-se!

o silêncio não pode ser tão difícil para um mentiroso,
vá embora.
não me obrigue a sair agora,
não me faça gritar mais alto,
não me deixe doer mais forte,
saia e aos poucos vou por tudo em ordem.

apenas, cale-se e saia.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

A falta no que se tem

Embora eu tivesse o sim, sentia falta das vontades...
Sentia falta de despertar...


Eu e meus tempos corridos,
minhas corridas do tempo,
corridas contra esse tempo que não venço,
contra o que contraria minha vontade de correr...



Embora eu tivesse a certeza, sentia falta das verdades...

Sentia falta de crer...



Eu meus medos insanos,

minhas ânsias,
esses apertos que sufocam,
que reprimem e quase matam, apenas para provar que estou vivo.



Eu minha solidão,
meus espaços,
meus gritos que ecoam, apenas para atordoar,
que mostram a distância entre o vazio e a aceitação.


Embora eu tivesse a liberdade, sentia falta de mim...

se não fosse o tempo que passa...

se o caminho não fosse tão longo,
se as pernão não estivessem tão cansadas e os pés não doessem tanto.
se as vontades fossem maiores,
se os impulsos realmente movessem.
se não existisse tanta imaginação...

eu queria ter ido, com ou sem você.
eu só não queria estar parado, morrendo.
eu queria sentir o sol queimar em outros lugares,
queria ser inteiro por sentir minha incompletude.
confesso, eu queria não ter máscaras,
não mentir,
e fingir só por prazer em poder ser...

ah, se não fossem os dias que se vão,
se não fosse meu medo de tropeçar ao correr atrás do tempo.
se eu não fosse rei.
eu queria ter os olhos menos cegos,
os sonhos menos mortos,
queria um pouco menos de "se"... 

eu queria voltar a querer, a ser, quer voltar ao tempo do agora sem depois,
sem ver aquilos que olhos enxergam, 
queria apenas ver o que o desejo escracha.
eu quero a morte da inercia, 



vou andar...