segunda-feira, 20 de abril de 2015

quando eu vi você.


ah se meus desejos se enrijecessem em suas carnes,
se eu me enroscasse em teus cabelos de bagunça métrica,
ah se tanta luz não cegasse...
mas eu senti você.

queria eu, ser achado por olhos tão perdidos,
por esse riso de canto de boca, por esse escracho que não some,
queria eu, estar correndo perigo em curvas tão certas,
em caminhos tão inseguros...
eu vi você.


ah se eu entendesse a doma que essa fera insiste em  prender-se,

se eu tivesse o poder de libertar os desejos que calamos,
se fossemos entrega.
eu quis adentrar suas portas esquecidas,
em você encontrar caminhos ainda existentes,
eu senti você.


queria eu ser possuído por aquilo que só eu via em você,

que só você sabia existir,
eu queria aquilo que gritava em seu silêncio.
ah se tuas prisões arrancassem de mim o gozo que todos guardamos para você
se de tuas montanhas emanasse leite e mel...
se teu santuário profanasse minhas santas verdades.
eu quis entrar onde ninguém consegue sair.
eu vi você.

queria eu, ter você,
mas você se esconde em sua particularidade,
em seu mundo encantado,
você reina onde te faltam súditos,
onde te sobram confortos,
ah se você soubesse das guerras que pode ganhar,
se soubesse dos territórios que ainda pode conquistar,
eu sei de você.




Nenhum comentário:

Postar um comentário