quarta-feira, 10 de março de 2010

tRaGaM uM pApEl E uMa CaNeTa, PrEcIsO gRiTaR!

Tragam-me um papel, uma caneta.
Minha necessidade em gritar aumenta.
Façam de meu silêncio uma desculpa para meus rascunhos.
Permitam que meus medos se expressem em linhas tortas, em letras porcas.
Permitam que meu grito seja de dor, quiçá amor quando eu souber o que isso significa.
Me deixem viver em traços rotos.
Eu quero ser.
Me tragam uma dose maior, um copo melhor,
Me tragam um pouco de mim, em uma bandeja.
Eu vou gritar, eu quero, eu preciso gritar!
Eu silencio...
Cadê meu papel, minha caneta?
Onde está minha liberdade?
Talvez eu precise dormir, ou acordar e sonhar.
Façam minhas vontades, sou virtuoso, sou desejoso...
Estou com fome.
Está escuro, e a noite já acabou,
Eu tenho visto o sol nascer, mas o gelo continua intacto em mim.
Me façam amor, mas façam- o com ardor.
Eu quero doer.
Distorçam meus pensamentos e destruam minhas poucas certezas,
Ainda estou vivo.
Tragam o papel que pedi e a caneta.

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