quarta-feira, 3 de março de 2010

dO tEmPo ApReNdI...

Pedi coisas que eram minhas por direito, e que me foram negadas,
Coisas essas que depois foram entregues a qualquer um,
Perdi coisas que eu quis em meio ao que me pediram.
Eu dei, roubei, tirei.
Ganhei, fui roubado, me arrancaram coisas que só eu sabia o tempo exato de desfazer.
Já foi forte e cansei.
Desisti. E desisti de desistir, me entreguei.
E no final, a certeza de que ainda não havia acabado, e a dúvida de como continuaria.
Eu não falei coisas que queria, mas disse coisas que não deveria,
Eu amei, e deixei de amar.
Eu fui meu, me doei, e machucado quis tentar.
Eu errei.
E já acertaram.
Me escondi de amores que desejei,
E os que não controlei escondi onde só eu podia achar, no meu coração.
Dancei entre dores.
Sorri enquanto o peito dilacerava.
Chorei rios e contive barragens que meus olhos queriam jorrar.
Cantei músicas que não sabia a letra,
Escrevi história que não eram fábulas, mas agora vejo que me ensinaram lições de moral.
Escrevi histórias sem conhecer os personagens, o enredo, o desfecho, mas não deixei páginas em branco.
Corri com o vento,
Queimei com o sol.
Molhei com a chuva.
Fiz vida, e vi ela se esvaindo docemente entre dedos que não eram meus.
Aprendi que idade dá rugas,
Mas que o tempo dá experiência.
Aprendi a mentir, e aprendi que o importante é não se enganar.
Aprendi a mentir e sei que o importante é me defender.
Aprendi de vida, e sei que ela é morte, assim como começo é fim, como noite é dia.
Aprendi que os opostos não se atraem, eles se precisam para existir.
Aprendi que aprender é como perdoar. Um processo diário e nem sempre coletivo.
Aprendi a fazer barulho, e o mais importante:
Aprendi a beleza que silêncio esconde atrás do medo que causa.
Aprendi a ficar e a ir em silêncio.

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