segunda-feira, 15 de novembro de 2010

cortejo sonhador...

eu seguia o cortejo...
era preto, era branco,
era canto e era reza.
com o velar nos passos,
com a noite entrando em dia,
com dias afogados em confusão de irreal.
não teve cheiro,
não teve carne.
era espírito livre,
bordados em cetim,
brilho fosco de entardecer.
eu cortejava perdido aquilo que ainda não achei.
eu era multidão de um,
era cortejo solitário,
era solidão acompanhada,
preso na liberdade de sonhar.

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