Uma das poucas, se não a única
certeza que podemos ter em vida, é a morte física. Sim, todos iremos morrer. Uns
morrerão de forma rápida, indolor; outros arrastarão esse processo por todo
tempo possível, tornarão ele doloroso, e chegarão ao ponto de ambicionar a
morte o que os livrará da dor que sentem e que estendem ao seus amados. Fato é,
que nunca estamos verdadeiramente preparados para “vivermos a morte”, seja
rápida ou não, seja ela nossa ou dos que amamos.
Falar em morte sempre é tabu. A morte
sempre possui muitas interpretações, é
vista de diferentes formas em diferentes culturas, mas em todas ela traz um
misto de saudade e renovação. Sim, renovação. Onde houver a morte da árvore haverá
adubo e espaço pra a nova planta nascer.
Pois bem, vamos nós falar em
morte, na carnal mesmo. Eu tenho uma história para contar pra vocês.
Segue:
“Ciente de que morreria um dia, Thomaz passou a vida tentando ser um bom menino, vivendo as coisas amenas e
guardando energias para o dia de amanhã, afinal nunca se sabe o dia de amanhã e
o quanto ele exigirá de nós, nunca
sabemos do quanto ainda teremos que estar preparados para vida, pensava o
garoto.
Thomaz sempre fez tudo dentro do que
ele julgava ser certo. Evitou grandes desgastes, nunca quis agir de forma
irracional, ponderou, pesou todas as possibilidades antes de se jogar de cabeça
em qualquer situação.
Um dia Thomaz sentiu que algo
estava diferente. Seu corpo dava agora uns sinais que antes não conhecera, o
coração disparava, o corpo se enrijecia em arrepios e logo vinha uma estranha
descarga de relaxamento, a respiração andava mais ofegante, a cabeça começava a
falhar,e frequentemente recorria o mesmo assunto, não raro também tinha a
sensação de perder o chão de baixo dos pés. Desconfiado da situação, Thomaz
resolveu consultar um médico, Dr Richard, homem com conhecimento amplo, e que
parecia ser o único que poderia ajudá-lo.
DIAGNÓSTICO: uma única semana de
vida!
Sim, o Dr Richard diagnosticou o
problema e sem dó lançou essa bomba pra cima do menino Thomaz.
Alguns entrariam em pânico,
chorariam os últimos setes dias de suas vidas, outros ignorariam e viveriam os
seus últimos dias na normalidade que lhes trouxe até aqui. Alguns iriam perder
todos os seus filtros, enlouqueceriam. Thomaz, passados os segundos iniciais do
choque, e os segundo iniciais da negação, da raiva, fez o que melhor sabia
fazer: pensou, ponderou, pesou e decidiu: Vou me permitir! Se é uma semana que
me resta, que seja a minha melhor semana, que eu desfrute dos prazeres que me
movem.
Thomaz decidiu fazer de seus
últimos dias as possibilidades de uma vida. Como seria no final?! Seria como é
pra qualquer um, a morte. E se houvesse um erro no diagnóstico do Dr Richard? E
se tivesse uma cura para o que ele estava sentindo? Não importava, Thomaz
apenas queria se presentear com a presença de sua morte. Com os benefícios que
ela sempre o deu, mas ele nunca perceberá.
Então Thomaz levantou, andou
sorrindo pelas ruas, bebeu cafés, comprou avelãs e se jogou nos abismos que
sempre temeu desejar. Thomaz adolesceu vontades e descobriu prazer em suas
verdades, passou ele os seus últimos dias se permitindo. Se sentindo uma pessoa
especial, ele possuía a possibilidade de saber o tempo que tinha para
aproveitar...
Thomaz tem sido feliz nesses dias...”
Thomaz tem sido feliz nesses dias...”
Pois bem meus queridos e poucos
leitores, que assim seja, que vocês entendam a eminência da morte, que se
permitam. Da minha parte eu vos digo: SUSPIREI, ME CERTIFIQUEI QUE ESTAVA
BEM À BEIRA DO ABISMO, FECHEI OS OLHOS E
SUSPIREI MAIS FUNDO, ABRI OS BRAÇOS E COM UM SORRISO DE CORPO INTEIRO VOU ME
JOGAR NESSA QUEDA QUE PODE SER SÓ DE SETE DIAS, MAS QUE VALERÁ POR UMA VIDA!
Lembrei de uma leitura de Bauman, na qual cita uma passagem do Leonardo da Vinci, "quando pensava estava aprendendo a viver, eu estava aprendendo a morrer!"
ResponderExcluirJogar-me-ei!
Abç,
Puxa, lembrar Bauman, Da Vinci, é um elogios tão grandioso que nem sei tenho como mensurar...
ResponderExcluirMuito obrigado!!!
Feche o olho, respire fundo, abra os abraço e jogue-se!!!
Abração!
Tenho vivido como se esses 7 dias estivessem em looping. Nenhum arrependimento. Todas as razões para continuar dessa forma.
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