eu escuto seu silêncio,
e calo em dores de não poder gemer;
me busco em palavras que não digo
que não ouço,
em profundezas que ainda não tive.
te arranco coisas que quer me dar,
tão pedaços,
fragmentos mal colados,
somos tantas verdades veladas
não em nós medos que não se escondam em mentiras,
e nem verdades que a proximidade não revele.
não machuque meu coração sendo metade,
te quero defeitos.
eu ainda sinto seu gosto perdido em meio ao vinho,
e as horas da madrugada são eternas sem o seu saber,
onde sua música?
onde estão teus interiores?
te quero defeitos,
grite comigo!
reclame, me ensine a te perder...
na cama, diga mais uma vez que sou fácil,
e depois me peça um abraço.
diga "boa noite",
suspire em meus braços,
e vamos dormir,
ha uma eternidade até a luz voltar.