quarta-feira, 14 de março de 2012

das coisas que a baleia tenta comer...

Acabo de abrir a porta do quarto:
vazio.
Roupas pelo chão, livros espalhados, 
cama desarrumada...
Me faltam curvas cor de mel,
me faltam cores de desenhos em pele que cheirava a prazer,
meu berço, meu terço,
vida bem vinda em mim,
ausência...



Lá fora o verão castiga,
aqui, o frio dói...
Me faltam as curvas cor de mel,
me falta o sono seguro,
a entrega;
me falta tanto nesse quarto cheio...
Um berço, um terço de mim,
e eu me faço ausência.
Onde está o caminho certo?

Exito em deitar-me,
me sinto pequeno para a imensidão da cama,
eu doo.
Te procuro em outro lugar, além de mim.
Será que você voltará para dentro da baleia?
Te prefiro dentro de mim...



Volto ao quarto, vazio.
Volto à mim: igual.
Meu berço, meu terço...
Que seja vida, porque és bem vindo,
vindo em mim,
e se for para ficar em algum lugar, que não seja na baleia,
fique em mim...

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