quarta-feira, 2 de maio de 2012

O Amor em três atos.

Eu doí.
Senti meus dedos inúteis,
e você se afastando.
Parei. Meus pés não encontravam mais  chão.
Você me pediu tempo, mas ele agora insistia em machucar parando,
quase inexistindo, prolongando a dor.
Refrescando a memória,
lembrando que o amor conhece o medo,
e que o medo dói.



Eu insisti.
Ainda sentia um resto de força,
um muito de vontade.
Me joguei. Se for abismo, que seja em voo livre.
Te pedi para voltar, para entrar onde nunca saiu,
assentar trono onde  é teu território, sendo meu.
Refrescando a memória,
lembrando que o amor conhece a esperança,
e que a esperança salva, faz vida.


Ainda alterado pelo medo, senti seu cheiro.
Silencie, fugi dos seus olhos que fugiam acuados dos meus.
Senti coração compassando o meu.
Você.
Sorri. Fui entrega. Sou teu.
Me despi, e, mais uma vez te dei tudo o que sou e sinto.
Choramos, cúmplices de um amor maior do que esperávamos.
Teu abraço seguro, de berço quente e terço inteiro de fé inabalável.
Teu beijos de vida plena.
O mel que me enche de vida e gozo.
Refrescando a memória,
lembrando que o amor conhece o perdão,
e que o perdão faz o imortal.
Dando a certeza que conforta, estamos bem.


Um comentário:

  1. Lindo!
    Gostei principalmente do segundo ato.
    Você não usa rimas, o que, na minha opinião, é uma virtude. Odeio rimas! Penso que elas diminuem a credibilidade do poema.

    Gostei tanto do segundo ato que o publiquei como referência nos comentários do meu post intitulado "Poetas Marginais".

    Um grande abraço, Ton.

    Parabéns pelo blog!

    Saudações de Torres.

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