quarta-feira, 6 de maio de 2015

partido[a]

tantas vezes já te pedi para ir embora,
já te implorei por um último gesto de humanidade...
tantas vezes já quis te ver saindo,
batendo a porta como quem conhece a certeza de que não irá voltar.
mas agora quem está saindo sou eu,
você não está pronto parar viver a dois,
e a três eu estou cansado,
enquanto você e seu passado forem pesados eu não os quero mais,
não há dor que eu possa suportar daqui em diante,
o peso dessa dor que você causa está maior que o peso do amor que tínhamos,
e quando a dor supera o amor, ele perde a dignidade,
se torna nocivo.

eu estou indo sem levar muita coisa,
vou deixar com a você a história; aumente seus passados.
mas estou indo enquanto ainda há amor,
enquanto a dor ainda é poesia,
vou sair enquanto a bagagem ainda cabe em um coração machucado...

tanto disse que te amava que está difícil de duvidar,
nesse momento há mais dores em estar que em partir,
então, estou indo embora.
fique com sua bagunça,
resolva seus medos
e não me convide mais para jantar,
não peça que eu ampare suas lágrimas,
eu não caibo na sua cama, 
e sem espaço não quero ficar na sua vida,
esqueça as promessas que me fez,
viverei sem elas,
só preciso estar longe...

preciso ir embora,
ironia, tantas vezes te pedi,
tantas vezes implorei pela sua partida que nunca acontecia,
acho que entendo você...
mas de fato, eu preciso...
não me peça pra ficar ou pra voltar, não me faça tanto mal assim...
vou embora e  levarei o pouco de amor que sobrou, e nem sei mais se é por você ou por mim.
mas estou indo... 

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