quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

CaNsAdO...

Quantas vezes você já xingou alguém de: “heterossexual” ou mesmo de: “seu estatura normal!” quem sabe de: “Cabelo bom”, “Baita corpão!” ou ainda: “seu inteligente!”?
Essas não seriam mentiras quando ditas sobre algumas pessoas, assim como não é mentira dizer sobre outras, ou talvez, em alguns casos sobre as mesmas, coisas do tipo: “Careca!”, “baixinho”, “gigantão”, “negão!”, “gordão!”, tem também o preferido: “seu bicha!”, como eu disse, essas também são verdades sobre algumas pessoas, sobre mim, sobre você, e isso é fato, não será mudado do dia pra noite e algumas jamais mudarão. A questão está no preocupante e ferino fato de, infelizmente, algumas características pessoais ainda serem usadas como forma de ofensa.

Em um dos meus trabalhos, por exemplo, meus colegas fazem questão de enfatizar xingamentos pejorativos, do tipo “fulano é um fofo mesmo” (subentenda fofo como a forma mais grotesca e hipócrita de berrar VIADO!).

Estou cansado. Estou preocupado; até quando e até onde isso vai chegar? Mas acima de tudo estou desesperançado; perdi as esperanças quanto a nossa raça senhores (as) leitores (as).
A cada dia que passa a ciência descobre uma maravilha nova, a história revela um fato novo e relevante, a cada dia novas tribos se formam e formam conceitos, estilos e formas de viver, idealizadores, pensadores e até poucos fazedores aparecem diariamente pelo mundo e mesmo assim nossa retrograda sociedade se prende a convenções que outrora fizera questão de derrubar em lutas grandiosas e sofridas.
É incrível, mas o ser humano com sua capacidade ímpar em construir e destruir tem se perdido. Tem se machucado e quando sutil, tem se matado aos poucos.
Eu passo por coisas desse tipo diariamente. Às vezes estou do lado que larga um desses xingamentos tolos e vergonhosos; às vezes, sou eu o xingado, sabe como é ?! na vida a gente apanha tanto que aprende a bater, mas agora ponderando ou simplesmente percebendo essa merda (com o perdão da palavra, mas foi preciso) a qual me condicionei posso afirmar que em nenhuma das situações me sinto a vontade.
Quanta burrice, quanta mesquinharia. Acho que Gandhi estava certo, acabaremos cegos por ainda hoje querermos viver as leis de Talhão.
E não que eu vá mudar o mundo, nem Gandhi conseguiu, mas se você conseguir perceber isso e a partir de agora se policiar, e tentar alertar os que te cercam, já vou estar satisfeito.
Não seremos mártires, nem queremos; não eu pelo menos, mas viveremos melhor, inseridos em uma sociedade melhor. E seremos nós sem sermos adjetivos de xingamentos.

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