sábado, 31 de dezembro de 2011
Enquanto o mundo não acabar...
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Diálogos do que fica...
Quase choroso eu imploro:
-Não me olha assim...
-Você está carente... (esboço malicioso de sorriso)
-Não...
-Tá sim, você está carente... (malícia escrachada em boca toda, em boca com vontade reprimida...)
-Não, não estou... É sério! (minha vez de esboçar sorrisos maliciosos, e eu penso: "Ah, se ele soubesse que fiz sexo com outro a pouco...)
-Aaaahhh, tá carente sim...
Eu saio dos teus olhos e me aproximo da tua orelha, me perco em teu cheiro e sussurro com meus lábios roçando tua pele:
-Não. Eu não estou carente, acontece que quando eu te vejo eu entro no cio...
Eu saio dos teus arrepios e volto aos teus olhos...
Repito:
-Não me olha assim...
Passeio pela tua pele, me perco no teu cheiro, no teu calor...
Você suspira...
-Se eu continuar assim não vai ser legal, vou precisar te beijar... (eu insisto)
-Quem disse que não vai ser legal?
(É fato, você ainda me tem...)
-Pra mim vai ser legal...
E você responde com a seriedade que só cabe naquilo que você me dá:
-Pra mim também...
Eu te beijo. Nos beijamos. Minha boca corre a face e nuca que julga lhe pertencer. Meu suspiro, tua respiração. Teus olhos.
-Me liga amanhã?!
Eu reluto com o que mais respeito em mim: meu desejo. Respondo:
-Não. Você não vai atender...
Você insiste, fala com os olhos. É sério. É casa...
-Liga, eu gosto de você, to pedindo pra me ligar...
-Duas coisas: Você não vai atender, caso atenda nem vai lembrar dessa conversa, está bêbado... (eu sei que não está, mas preciso de desculpas...)
-Você sabe que não é assim... Liga depois das quatro... Vou atender, prometo. E se eu esquecer... Você me lembra...
Teus olhos. Tua pele. Teu cheiro. Tua voz. Minha vida toda em você, em instantes que eu eternizo.
Eu me despeço, te desejo o melhor, te desejo mais... Meu desejo por você aumenta, te desejo mais...
E lentamente te deixo ali, sem saber se é saudade ou presença esse espaço que você ocupa em mim...
E agora?! Três horas, e eu não sei se quero ligar...
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Se a questão é confessar...
http://www.youtube.com/watch?v=4EcFo2t0REo&feature=youtu.be
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Fêmea de fase...
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
dois desejos e uma dor...
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
o tempo versátil de um ano...
sobre marcas e tatuagens...
terça-feira, 15 de novembro de 2011
por ir...
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
dessas coisas
sábado, 5 de novembro de 2011
O Alvo e a Flecha
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
pedidos de despedida;
domingo, 30 de outubro de 2011
passado e presente
sábado, 22 de outubro de 2011
Terapeutas são caros, blogs são de graça...
1) Não tenho coragem de confiar inteiramente nas pessoas e ter que admitir o que elas sabem, eu sou humano e cheio de erros, fraquezas e medos.
2) Não confiar nas pessoas cegamente.
Sim queridos, as coisas estão mudando, mas não se iludam, ainda é muito difícil não ser o padrão. Ainda ouvimos comentário cortantes e olhares desconfiados, ainda somos personagens recorrentes em piadinhas estúpidas e programas de comédia, travestis ainda não conseguem empregos dignos e homens afeminados não podem exerce cargos de chefia no exército, parecem condenados a serem liderados, ou no máximo conseguem boa posição em profissões especificas para quem é gay, como se isso fosse possível.
Gay não é sinônimo de pedófilo, mas os pais não se sentem a vontade em deixar suas filhas com uma babá assumidamente gay, e pai nenhum vai querer o se garoto sendo educado diariamente por um gay, "não se sabe o quanto eles refinarão nossas crianças...". Gay não é sinônimo de tarado ninfomaníaco, eu não quero "pegar" qualquer pessoa que eu conversar, da mesma forma que não é todo mundo que vier conversar comigo que vai ter algum tipo de interesse sexual por mim...
Queridos, dizer que as coisas mudaram, e que tudo agora é mais fácil é coisa de quem é hetero. Vivemos em tempos de guerra fria, antes nos atacavam durante o dia, olhavam em nossos olhos e sabíamos de onde vinho ódio, sabíamos de quem deveríamos nos defender, hoje tudo é as escondidas, tudo é sem ser. Hoje temos medo e receio de de quem se diz amigo até que nossa sexualidade não se aproxime.
Quero saber por que motivo eu não consigo amar quem me ama e da forma quero saber por que quem eu amo não pode me amar?! Isso me revolta profundamente, de verdade!
Esse ano em especial, doí muito por isso. Tive duas desilusões que me machucaram tanto a ponto de fazer perder a fome, o sono, a vontade e a coragem. Quis entender, quis esquecer,e hoje só o que quero é doer, sentir cada uma das partes do luto desse aborto que é só meu, afinal esse sentimento que morre antes de nascer sempre é só de uma parte. Eu odeio o silêncio mórbido que os que não correspondem nos impõe, por favor se compadeçam, olhem em nossos olhos e digam: " Não quero, não vai acontecer!" isso doerá mais, mas alimentará menos, e em pouco tempo estaremos inteiros novamente, com algumas marcas é claro, mas inteiros...
Atualmente estou doendo uma dessas desilusões, confesso que tem sido difícil conciliar a tentativa de seguir a vida, reconhecer e permitir um novo amor com tanto rancor, mas dessa vez pelo menos eu pude agir de forma leal a mim, fui sincero, me expressei, disse tudo o que sentia e desejava, não vou ser hipócrita, falei tudo o que queria esperando pelo menos um "obrigado pelo carinho" e como não poderia deixar de ser, recebi silêncio, algumas coisas nunca mudam, e nem podemos reclamar...
Da mesma forma que imploro por esse bom senso dos que não podem corresponder, quero publicamente pedir PERDÃO uma pessoa especial aqui, gostaria muito de SÓ POR HOJE poder ser perdoado por não poder corresponder ao sentimento mais nobre que alguém poderia ter sentido por mim, e PERDÃO por não ter sabido conduzir a situação de forma a causar menor dor. Perdão meu último namorado!
Acho que deu, qualquer terapeuta já teria me mandado embora, tudo nessa vida tem tempo.
Esse texto deve estar cheio de erros, não vou revisar, nem editar nada, não quero correr o risco de amenizar algumas verdades, então caso tenho lido até aqui, perdoe-me pelos erros, e pelo tempo tomado, mas não esqueça: Eu avisei que seria esse vômito todo...
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
prender sem segurar
domingo, 9 de outubro de 2011
de tanto você
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
opostos e dispostos
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Amor em três rounds
Ouço berros;
insultos que corroem.
Às vezes as lágrimas são tão eloquentes que afogam os gritos,
às vezes é o silêncio, a pausa, o ensaio do fim...
Os estilhaços tem som de fúria,
e as acusações: fugas que foram cultivadas com o tempo.
O cheiro disso tudo é medo, pena, é a falta que vai fazer.
A cama não será mais quente,
e o domingo de sol será sem parque.
Silêncio!
Uma porta que bate,
outra que abre,
Uma voz chorosa que grita na janela,
Outra que responde da calçada:
-Eu te amo!
-Volta!
E assim a vizinhança segue seu rumo...
. Como não começar,
então: matei-o.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
A lavadeira
Verdades sobre aprender um fim...
sábado, 17 de setembro de 2011
Doendo presença.
sentir só o sol queimar nossa cama,
e entender o amanhecer como presente.
Eu queria sentir mais que o seu cheiro em mim,
e ver você onde estás.
Às vezes eu queria que as flores não morressem,
e queria que o tempo não passasse.
Mas talvez eu queira você fora de mim.
Queria esquecer seus sussurros com sono,
e seus olhos umidecendo verdades.
Eu queria abraços, com braços e peito pulsando.
É verdade, eu queria flores que não morressem,
queria que você fosse embora quando me deixa,
que saísse de mim quando fecha a porta,
Eu queria doer tua real ausência,
não quero mais doer presença.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
para morrer o que mata...
e uma lembrança que insiste em ser viva,
eu tenho um medo em perder que só conheci com você
e tenho as noites que não acabam,
meus pés doem, mas há tanto o que andar ainda.
minha alma sente, mas minha carne falta.
eu tenho em mim um gosto que só encontro na tua boca,
um prazer que só teus olhos conhecem,
eu tenho tanto de você, que tua falta me mata.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Aceitando não acreditar
domingo, 11 de setembro de 2011
Trajetória Parte IV
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Trajetória Parte III
Trajetória Parte II
terça-feira, 30 de agosto de 2011
breves segredo "de faz de conta"
dois pra lá, dois pra cá, dois além...
Relato de cor
"...Tive oito filhos,
amanhecer
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Eu e os verbos...
domingo, 28 de agosto de 2011
Sábado da mamãe
confissões solitárias
domingo, 24 de julho de 2011
O que sei é você...
O que sei é da tua força me pegando pra dançar,
O que sei é do teu silêncio me chamando pra cantar,
Sou tua.
Sou reposta e luz da rua,
O desejo de ficar,
O que sei são teus olhos me pedindo pra entrar,
Minhas curvas te fazendo se achar,
O que sei são vontades que a respiração faz gritar,
E são tuas mãos me fazendo calar...
Com você sou rio e sou mar,
Sou chuva que vem lavar,
Sou o melhor que a vida pode te dar,
O que sei é tua força me pegando pra dançar,
O que sei é teu beijo me fazendo delirar,
É você me dando motivos pra cantar,
É desejo que não posso conter,
O que sei é querer,
Você.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Mais que sonhar, ser sonho!
Algumas lembranças da infância são tão reais que chegam a ter cor e cheiro mesmo depois de anos. Eu ainda posso tocar na imagem da primeira vez que me perguntaram o que eu queria fazer quando crescesse, aquele dia é tão vivo em mim quanto cada uma das certezas que tenho e que mudo diariamente.
Quando criança não tinha certeza se seria cantor ou se trabalharia como ator, sabia apenas que qualquer outra coisa que tentasse fazer não me serviria. Na adolescência, o sobrepeso e o bulling me deram uma visão mais incerta quanto a um futuro profissional e menos respeitosa. Desisti da música quando meus professores desistiram de mim, desisti dos palcos quando tive medo de ser eternamente o Papai Noel, ou o gordo engraçado de programas de humor, que de forma pejorativa expõe as diferenças.
Três semestres de história, semestres de marketing, cinco de administração, cinco anos vagando por cursos que não gostava, e 64kg mais magro e a vida resolveu me fazer um carinho, me trouxe um presente. Ganhei uma bolsa para estudar teatro fora do estado em uma faculdade com bastante reconhecimento na área; era minha hora de mostrar o porquê vim ao mundo: “vou brilhar!”
Meus pais em sua extrema doçura financiaram minha viagem, e minha estadia em um lugar que nunca antes pensei estar. Conheci gente, fiz amigos, fiz contatos profissionais, brinquei de turista, fui o “menino do rio” por dias de sol que queimavam minha pele branca de gaúcho descendente de alemães. Finalmente eu via uma lembrança virando sonho, e o sonho virando realidade, eu seria ator.
Faltando alguns dias para o prazo final da entrega da documentação para a matrícula e efetivação da bolsa, liguei para casa, pedi um documento que faltava. Solicitamente minha mãe enviou o documento por correspondência segura de que chegaria antes do prazo final.
Prazo final, o documento não chegou. O que um dia foi lembrança que passou a ser sonho agora era ferida. Sentei no chão e como a criança de cinco anos, que dizia que seria ator, chorei sem vergonha de ninguém, nem mesmo de mim. Chorei uma dor que não queria sentir. Chorei uma injustiça que acreditava ser maldade da vida. Chorei e fiz do sonho uma promessa: nunca mais eu iria querer saber de qualquer coisa voltada à arte. Engoli o choro, o orgulho e pedi pra voltar pra casa.
Aprendi que a dor de ver um sonho morrer é igual à dor de passar por cima do próprio orgulho, é igual à dor da decepção de nós mesmos, e é igual à vergonha que sentimos das pessoas que pedimos para sonharem nossos sonhos. Voltei pra casa, para os amigos, para os curiosos, para o mundo que eu havia construído onde lembranças não eram sonhos.
Hoje, três anos depois, minha vida tomou novo rumo. A música voltou como companhia constante, os livros voltaram a ser prazer, e o cinema descanso, o teatro às vezes bate a porta e, quando estou bem, deixo ele fazer uma visita nesse novo mundo. A ferida tem estado em processo de cicatrização, já não dói mais como antes, mesmo que por hora sei ou sinto que o melhor é manter alguns sonhos no campo das lembranças, e o viver da arte vai ficando assim: inerte e indolor.
Toda essa explanação, e talvez exposição desnecessária, é para justificar algumas das minhas atitudes pessoais e para explicar novos posicionamentos. Eu ando meio calejado quando o assunto é sonhos, quando o assunto é ir atrás de uma vida que acreditamos ser a nossa vida certa, mas mesmo assim não consigo pensar em deixar tudo para traz e fazer de conta que lembranças nunca poderão ser sonhos, ou que sonhos nunca serão alcançados.
Perguntar quanto vale um sonho é tão absurdo quanto perguntar quanto vale uma vida. Algumas vidas nunca passarão de sonhos e alguns sonhos serão a única vida que algumas pessoas terão.
Eu já sonhei, já vivi; e já desisti dos dois em fases distintas da minha vida. E retomei ambos. Retomei uma vida que não sabia que tinha quando tive medo de não poder mais sonhar; e tive medo de viver de sonho quando a vida me fugiu ao controle. E saibam, nenhuma dessas coisas foi fácil, normalmente nos custam no mínimo uma grana que consideraremos mal investida e o esquecimento do nosso orgulho e vergonha em admitir que erramos.
Tenho visto alguns amigos adormecerem sonhos, e tenho acompanhado o quanto isso dói para eles. Tenho visto algumas pessoas largarem tudo em busca de seus sonhos, e em anos ou meses depois voltarem frustradas e sinto em mim a dor que dilacera a alma dessas pessoas, sei o quanto isso significa. Mas o que realmente tem matado minha alma são as pessoas que conheço e que por variados, e não aqui discutíveis motivos, têm desistido de ir atrás de seus sonhos, tem abdicado de serem elas mesmas. Sempre seremos o que amamos.
Admiro quem gosta do que faz e, mais ainda, quem gosta do que é. Admiro uma galera que vive cantando em bares, sejam eles lotados ou com três bêbados desatentos, conforme já vi. Admiro pessoas que se propõem a viver seus sonhos e não se importam em ser os próprios sonhos. Admiro pessoas como Guilherme Bulla, Vivi Fields, Lais Tetour, Tephy Marcondes, gente como o pessoal do Projeto Cama, Mesa e Banho; admiro essa galera que sonha e ensina a sonhar, que divide o próprio sonho sem pedir nada em troca, contando apenas com a boa vontade das pessoas.
Quando comecei esse blog, era para ser simplesmente um lugar onde eu pudesse escrever sentimentos distorcidos em metáforas, não tinha pretensões maiores e de fato ainda não as tenho, porém agora vou dar espaço a sonhos que me fazem sonhar. Não tenho o intuito e menos ainda a qualificação de fazer analises críticas, mas posso falar de sonhos e de verdades que as pessoas vivem, posso divulgar sonhos e quem sabe incentivar algumas pessoas a porem mochilas nas costas e viverem seus sonhos, quem sabe inspiro pessoas a se permitirem ser seus sonhos?