domingo, 24 de janeiro de 2010

[PaR]aSiTaS...

“Fabuloso!” Foi assim que um grande amigo definiu o último poema que escrevi.
Algumas horas depois pedi que outro amigo lesse o mesmo texto, mas dessa vez em voz alta, queria ouvir minhas palavras tendo vida no peculiar timbre de voz que tanto me agrada, assim que ele acabou olhei-o, e cheio de uma certeza desconcertante disse: “não gostei, esse texto não é meu! Não fui eu quem escreveu isso, não sou eu quem fala dessa forma, quem diz essas coisas... Quem usa essas expressões, quem tem esse vocabulário expressivamente dramático não sou eu, é “fulano”” (nosso amigo em comum). Acabei perdendo a vontade de mostrar ele (o poema) a mais alguém e mais ainda de postá-lo aqui ou em outro lugar, não que eu ache que “fulano” escreva mal, pelo contrário, gosto. Mas “À César o que é de César”, e esse texto não é meu!

E vocês devem estar se perguntando: “Ta, e daí?!”

E daí que esse fato na verdade acabou por confirmar mais uma das minhas muitas teorias de fundo de quintal; Alguns de nós, assim como eu SOMOS PARASITAS! Dia após dia nos alimentamos dos que nos cercam, como esponjas vamos absorvendo um pouco do que são, do como agem e o porque o fazem.

Veja, não acredito naquele ditado infeliz que diz: “diga-me com quem andas e te direi quem és!” Isso é desculpa de gente preconceituosa e com problemas de convivência!
Não acredito também que sejamos nós o que fizeram de nós. Mas creio que somos o que permitimos que tenham feito de nós. Posso citar inúmeros exemplos, casos de irmãos criados na mesma época, com a mesma base educacional, tendo os mesmos valores e mesmo assim pessoas totalmente diferentes, com visões e feridas diferentes, pessoas que absorveram de forma diferente o que lhes foi passado. Poderia falar de pessoas que diante da mesma situação age de maneiras tão distinta, mas vou falar de mim, da minha experiência, se é que posso assim dizer.

Não acredito que eu tenha sido influenciado, mas acredito sim, que diante de alguém que tenha algo que me agrada acabei por desejar o mesmo, acabei por analisar, conviver, compartilhar e como não podia deixar de ser acabei exteriorizando, algo que não era eu, mas que eu estava vivendo.
Esse tipo de situação, que por mais que não percebamos, não é rara, não são coisas ruins, essa troca de informações, de cultura e sentimentos é o que nos faz adquirir experiência de vida, nos faz crescer, a questão é como vamos nos portar diante delas. Absorver coisas, sintetizá-las e posteriormente usá-las não é ruim ou mesmo errado. Ruim, errado é nos perdermos em meio a esse mágico processo. Ruim e errado é deixarmos de sermos nós e vivermos nossas vidas pulando de vida em vida; sonhando sonhos que nunca foram nossos, fatigados por batalhas que não lutamos, perdidos e amedrontados por medos que desconhecemos; ruim e errado é levantarmos bandeiras em prol de coisas que nem acreditamos; é resumindo nos apropriamos de uma essência que é a nossa.
Ou seja, absorva sim! Parasite coisas de qualidade sempre que puder e quiser, mas nunca deixe de viver a sua própria vida a sua essência, que os outros sejam reflexos em sua vida, nunca você.

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